O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária voltará a crescer em 2017 e poderá registrar alta expressiva, avaliou o economista-chefe, Antônio da Luz, do Sistema da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). “Vamos crescer. A produção agropecuária será maior e a comparação com 2016 é com uma base baixa”, explicou ele nesta terça-feira, dia 7. Pelos cálculos preliminares da federação, o setor poderá avançar 9% em 2017, mas isso ainda dependerá da “consolidação” da safra agrícola 2016/2017.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que no quarto trimestre de 2016 o PIB da agropecuária subiu 1% contra o terceiro trimestre, mas na comparação com o quarto trimestre de 2015 mostrou queda de 5%. No ano fechado, a baixa foi de 6,6%, a maior para a série iniciada em 1996.
Luz afirmou que tal tombo veio maior do que o de 5,5% esperado pelo Sistema Farsul, mas ponderou que a discrepância se deve principalmente a questões metodológicas por parte do IBGE. “Não dá para dizer que a agropecuária caiu pelas mesmas razões dos outros setores. Nosso problema foi o clima. Não fosse o El Niño, teríamos crescido”, acrescentou.
A safra agrícola passada (2015/2016) estava estimada em mais de 200 milhões de toneladas, mas, por causa de adversidades climáticas, como chuvas em excesso no Sul e secas no Centro-Oeste, acabou ficando abaixo de 190 milhões de toneladas. “Só no Rio Grande do Sul deixamos de colher 1,4 milhão de toneladas de arroz e 500 mil toneladas de soja. Isso só aqui. Se olharmos para o Centro-Oeste, as perdas foram muito grandes”, concluiu.