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Agropecuários têm segunda queda consecutiva no atacado, diz FGV

Queda foi de 2,16% em maio e contribuiu com recuo de 0,32 ponto porcentual para a composição do IPAO comportamento dos produtos agropecuários puxou a queda do Índice de Preços por Atacado (IPA) no Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), avaliou o coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Os agropecuários tiveram queda de 2,16% em maio e contribuíram com recuo de 0,32 ponto porcentual para a composição do IPA. Foi a segunda queda consecutiva, depois de 14 meses de alta.

Entre os destaques, a soja ampliou a queda de 2,85% em abril para 3,30% em maio; o trigo desacelerou de 1,54% em abril para 0,31% em maio; o milho, depois de uma alta de 1,56% em abril, registrou queda de 1,50% em maio; a laranja ampliou a queda de 13,65% de abril para 25,03% em maio; e o boi registrou queda de 0,24% em abril e nova diminuição de 1,75% em maio. Em 12 meses, porém, o trigo ainda acumula forte alta, de 18,20%; e o milho, de 72,80%.

? Os agropecuários, que foram o principal fator de alta da inflação no ano passado e no início deste ano, agora estão em fase de reversão e com reduções bastante disseminadas entre os in natura e os processados. Esse padrão pode contribuir com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no futuro ? afirmou Quadros.

O item alimentação registrou queda de 0,38% em maio, ante uma alta de 1,39% em abril, com destaque para os itens in natura, que desaceleraram de 4,68% em abril para 0,75% em maio. O feijão, por exemplo, que havia registrado uma alta de 9,58% em abril, desacelerou para 1,23% em maio; o mamão, que teve queda de 5,85% em abril, registrou nova diminuição de 0,64% em maio; e os ovos, que registravam alta de 10,99% em abril, tiveram queda de 5,61% em maio.

Já a batata inglesa foi a influência negativa do mês, com alta de 26,52% em maio; ante 24,12% em abril.

? A batata está pressionando, mas essa variação de maio já dá uma ideia de que a alta bateu no limite e vai recuar ? afirmou Quadros.

Os alimentos processados registraram em maio uma queda de 0,74% em maio, ante uma alta de 0,38% em abril. Os destaques foram o arroz beneficiado, que havia registrado queda de 2,68% em abril e em maio teve nova queda de 3,05%; aves abatidas e frigorificadas, com alta de 2,72% em abril e queda de 2,68% em maio; carne bovina, com alta de 1,25% em abril e queda de 1,24% em maio; carne suína, com queda de 0,18% em abril e de 1,39% em maio; e óleo de soja, por sua vez, registrou alta de 0,84% em abril e queda de 2,82% em maio. O leite industrializado, por sua vez, registrou alta de 2,84% em abril e um crescimento de 4,56% em maio.

? Trata-se de um aumento sazonal, em que a oferta de leite no campo se retrai, mas não deve ser nada anormal, até porque, em 12 meses, o leite industrializado acumula alta de 4,50%.

Outro item que deve contribuir com o IPC no futuro é o álcool hidratado, que registrou queda de 13,34% em maio, ante um crescimento de 11,79% em abril. O álcool anidro, depois de um crescimento de 33,14% em abril, desacelerou para 5,85% em maio. Os fios de algodão também registraram queda de 14,49% em maio, ante alta de 3,35% em abril.

? A alta do algodão, que teve grande impacto nos preços, já estava perdendo força e agora se converteu em uma queda considerável ? afirma o coordenador de análises econômicas.

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