? A indústria tem capacidade de abastecer com folga a demanda, porque a oferta vinha sendo duas vezes maior do que a procura. Nos últimos cinco anos, foram feitos pesados investimentos, que somam mais de R$ 200 milhões, na abertura de novas fontes e construção de fábricas. Só teremos problemas se, mais à frente, esse consumo excepcional se mantiver ? diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), Carlos Alberto Lancia.
Mas Lancia reconhece que já há movimentos de expansão do segmento se delineando. Um deles seria o lançamento, ainda este ano, pela Coca-Cola, de uma marca própria para atender o mercado nacional. Atualmente, a multinacional distribui apenas no Sudeste a marca Crystal, em sociedade com a franqueada Femsa. A Coca, desde que começou a perder consumidores para bebidas saudáveis, tem investido em alternativas à linha de refrigerantes. Consultada sobre a iniciativa, a empresa preferiu não se manifestar.
A Danone, embora seja a segunda maior produtora mundial do setor, estreou no mercado nacional no ano passado, com a marca Bonafont. E deve expandir sua iniciativa.
? Eles começaram de forma experimental, com uma planta pequena. Mas, com a boa aceitação do produto, devem ampliar sua produção ? diz Lancia.
Em dez anos, a evolução de produção no mercado nacional de águas engarrafadas mais que dobrou. Pulou de 3,5 bilhões de litros, em 2000, para 7,8 bilhões no ano passado. No entanto, o consumo per capita do país fica em torno de 37 litros por pessoa, bem abaixo dos mexicanos, com 151 litros per capita, ou dos norte-americanos, com 106 litros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.