Na reunião, os produtores, em sua maioria agricultores familiares, falaram sobre as pragas e doenças que atingem os coqueirais, a falta de acesso a linhas de financiamento, para custear investimentos, como adubação e irrigação, e a carência de assistência técnica.
O secretário de Estado Adjunto da Agricultura, José Marinho Júnior, salientou que, na prática, a parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros para pesquisa e transferência de tecnologia já começou e está sendo formalizada por meio de um contrato de cooperação. Ele procurou a Embrapa, em Sergipe, após demanda apresentada pelos produtores alagoanos.
? É importante também, além de investir e reorganizar a produção de coco, que os produtores busquem diversificar a produção, para que obtenham renda de outras atividades ? informou o secretário.
José Marinho Júnior também apresentou os engenheiros agrônomos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri) de Alagoas que, desde fevereiro, estão prestando acompanhamento aos agricultores locais.
O produtor de coco João Leite, de Piaçabuçu, que falou em nome dos demais agricultores do município que estavam na reunião, citou a queda na produção e disse que a categoria precisa de mais orientação técnica.
Segundo o secretário municipal de Agricultura e Pesca de Piaçabuçu, Joaquim Eugênio, o município tem 2,3 mil hectares de coqueiros, a maioria da variedade gigante, e cerca de 180 pequenos produtores.
? A categoria precisa de apoio e também precisa se organizar mais, se unir, para se tornar forte ? disse.
Também na reunião, o produtor de coco Eurico Uchôa, que preside a Associação dos Produtores de Coco de Alagoas (Prococo), enfatizou que o Estado possuía 25 mil hectares de coco, e hoje tem apenas 12 mil. Ele citou motivos para a redução da plantação e entraves para o crescimento como o roubo de coco, a ampliação do terreno de Marinha e do acrescido de Marinha, um imposto anual para todas as pessoas que possuem propriedades à beira mar.
Como alternativa, ele sugeriu a inclusão do coco na merenda escolar das escolas municipais, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), por meio do qual as prefeituras devem compor pelo menos 30% da merenda com produtos da agricultura familiar da região.
O próximo encontro do grupo, produtores, técnicos, pesquisadores da Embrapa e representantes do governo do Estado e das prefeituras, será no dia 28 de abril, em Piaçabuçu, para uma oficina. Alguns deles já disponibilizaram áreas para que a Embrapa, caso precise, faça experimentos.