O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (25) uma maior inserção do agronegócio brasileiro no comércio internacional com base em práticas sustentáveis.
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A fala ocorreu durante o seminário Rumos 2025, promovido pelo Valor Econômico, em Brasília.
Durante sua participação, Alckmin reforçou que o Brasil tem vantagens estratégicas para liderar a transição ecológica global, com destaque para a produção agropecuária de baixo carbono e o uso de energia limpa. Ele destacou ainda a importância de ampliar os acordos comerciais internacionais e de adotar políticas voltadas à inovação e à sustentabilidade no campo.
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“A agricultura brasileira é uma das mais eficientes do mundo. Com práticas sustentáveis, podemos nos tornar ainda mais competitivos e aumentar nossa presença nos mercados globais”, afirmou o ministro.
Potência verde e aliada do agro
Alckmin destacou que quase 90% da matriz elétrica brasileira é composta por fontes renováveis, como hidrelétrica, solar, eólica e biomassa. Esse diferencial energético, segundo ele, favorece a produção de alimentos e insumos agrícolas com baixa emissão de carbono.
“O Brasil é hoje protagonista na segurança alimentar e energética, com inúmeras oportunidades para atrair investimentos verdes. O agro será fundamental nessa jornada”, declarou.
Ele também defendeu ações firmes no combate ao desmatamento, apontando mudanças positivas na postura ambiental do país. “Saímos de uma omissão para uma ação concreta. Esse é um passo essencial para fortalecer a imagem do Brasil e abrir portas no comércio internacional.”
Exportações e acordos internacionais
Alckmin reforçou que Estados Unidos e China são parceiros estratégicos do Brasil: os chineses como principais compradores de produtos agrícolas, e os norte-americanos como maiores investidores no país. Segundo ele, o momento atual é oportuno para o Brasil ampliar suas exportações, com base no princípio da reciprocidade.
“O nosso empenho é avançar nas negociações. Os Estados Unidos são um mercado importante para produtos de alto valor agregado, como aviões e equipamentos. Mas precisamos garantir que o agronegócio também tenha acesso ampliado e justo a esses mercados”, ressaltou.
O ministro também defendeu o fortalecimento do Mercosul e do acordo comercial com a União Europeia como parte de uma estratégia de inserção global do Brasil. “Precisamos de uma indústria e de uma agroindústria mais exportadora, inovadora e sustentável”, afirmou.
Investimento verde e inovação
Entre os programas voltados à sustentabilidade, Alckmin citou o Mover (Mobilidade Verde), que já atraiu R$ 130 bilhões em investimentos. Além disso, destacou o papel do Fundo Clima e do Fundo Amazônia como instrumentos importantes para fomentar tecnologias limpas e crédito mais barato.
“O crescimento de 9,7% da indústria automotiva em 2023 mostra que é possível aliar inovação à sustentabilidade. Queremos fazer o mesmo com o agro, fortalecendo toda a cadeia produtiva com base em tecnologias sustentáveis”, explicou.
Política monetária e segurança alimentar
Alckmin anunciou ainda a criação da Letra de Crédito para Desenvolvimento (LCD), destinada a facilitar o financiamento da indústria e do comércio, inclusive do setor agropecuário. Sobre a inflação dos alimentos, ele defendeu o fortalecimento dos estoques reguladores da Conab como instrumento para conter oscilações de preço.
“Cada vez mais teremos safras impactadas pelas mudanças climáticas. É fundamental estocar quando a safra é boa, para equilibrar o mercado quando houver escassez. Isso ajuda a conter a inflação e a garantir a segurança alimentar”, afirmou.
Visão de futuro
Alckmin ressaltou que o Brasil deve aproveitar sua posição estratégica, tanto na produção agropecuária sustentável quanto no fornecimento de energia limpa, para liderar globalmente os debates sobre transição verde e segurança alimentar.
“O agro brasileiro é parte da solução climática. Nosso desafio é mostrar isso ao mundo e transformar sustentabilidade em vantagem competitiva nos mercados internacionais”, concluiu.