Aldo Rebelo nega que reforma do Código Florestal seja briga entre ambientalistas e ruralistas

Deputado defende que a atualização da legislação é uma necessidade para proteção do meio ambiente e da agricultura do paísRelator da proposta de reforma do Código Florestal, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ressaltou nesta terça, dia 29, que as discussões em torno do tema não são uma briga entre ambientalistas e ruralistas. Durante audiência pública no Senado, Rebelo defendeu que a atualização do código é uma necessidade para proteção do meio ambiente e da agricultura do país.

? A desinformação na sociedade e na imprensa é muito grande sobre isso e todo mundo reproduz o jargão de que é uma briga entre ambientalistas e ruralistas. Não é uma briga entre ruralistas e ambientalistas, isso é a necessidade do país de proteger o meio ambiente e a agricultura ? afirmou o deputado.

Rebelo ressaltou que durante a fase de elaboração do seu relatório percorreu todas as regiões, conversou com pequenos e grandes produtores rurais, representantes de entidades de classes e identificou a necessidade de se adequar o novo Código à realidade do país.

? Hoje se lê facilmente nos jornais que nós queremos mudar o Código. Não é verdade. Ele já foi completamente alterado e o que resta do código hoje é pouco mais do que um título, um nome. Não vamos abrir mão do instituto da Reserva Legal, embora ele só exista no Brasil. Vamos manter a reserva legal de 80% na Amazônia, teremos 35% de reserva no Cerrado Amazônico, 20% da Mata Atlântica. Vai continuar na lei a proteção dos rios de 15 até 500 metros. Continuará na nossa legislação a proteção de morros e encostas. Tudo isso continuaremos acolhendo porque não é um compromisso de governo, de Estado, mas é um compromisso civilizatório no Brasil. Por isso preservamos 70% de vegetação nativa e os europeus não têm mais nada – argumentou.

O deputado ainda fez duras críticas às organizações não governamentais (ONGs) que atuam no Brasil e têm se posicionado contra a reforma do Código Florestal. Segundo ele, essas organizações que hoje defendem no Brasil a proteção ambiental e inviabilizam a produção agrícola e pecuária, não fizeram o mesmo nos seus países de origem.

? Na Amazônia, essas ONGs sediadas na Holanda, na Bélgica, querem 80% de reserva legal enquanto nos países onde têm suas sedes não defendem nem um, nem dois, nem três por cento. Considero isso uma indignidade, inaceitável. Considero inaceitável que certas organizações e seus executivos assalariados que têm por mês uma renda que um agricultor em Rondônia não consegue em um ano tenha a desfaçatez de chegar aqui e exigir de nós o que não apontam nos seus países ? afirmou.