Com 97% da colheita concluída, a Bahia entra na reta final da atual safra de algodão 2018/2019. A perspectiva se mantém otimista no segundo maior produtor do Brasil. A última projeção da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) garante a colheita recorde de 1,5 milhão de toneladas (caroço e pluma), superando em 300 mil toneladas a última safra de algodão.
Apesar de uma leve queda da produtividade, provocada por uma estiagem em janeiro, os agricultores ainda avaliam como positiva a produtividade de 302 arrobas de pluma por hectare, ao invés das 315 arrobas da safra passada.
A manutenção do incremento de 15% da safra de algodão em relação ao ano passado, está baseado no incremento de 25,5% de área cultivada, principalmente na região oeste da Bahia, alcançando os 331 mil hectares. Recém chegado de uma missão internacional para divulgar a qualidade do algodão brasileiro na Ásia, o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, acredita no ciclo de investimento na cultura por parte dos produtores da região.
“Por conta da briga comercial entre a China e os Estados Unidos, houve uma queda acentuada de 30% no valor do preço da pluma. Isso pode aumentar o comércio internacional com os países asiáticos, que compram 85% da pluma brasileira, e que podem pagar mais pela qualidade e confiabilidade no processo de classificação e análise. Apesar da baixa dos preços do algodão, os produtores baianos não querem perder o espaço que já conquistaram”, afirma Busato.
Atualmente, cerca de 40% do algodão baiano são exportados para países asiáticos, como China, Indonésia, Bangladesh e Vietnã e 60% são comercializados junto às indústrias têxteis no Brasil.
Para atingir bons níveis de produtividade, os produtores deverão respeitar o período do vazio sanitário, que ocorrerá entre os dias 30 de setembro a 30 de novembro, com a destruição prévia das soqueiras e tigueras.
“Esta janela de dois meses prevê a eliminação de qualquer tipo de resto culturais de algodão no solo, sendo fundamental para garantir uma redução dos níveis de bicudo do algodoeiro que atacam a qualidade da pluma e a rentabilidade do produtor”, afirma Busato.