A taxa de variação de preços do álcool no varejo também se posicionou muito acima da média da inflação varejista medida pelo IGP-10, que subiu 0,59% em março. Responsável pelo levantamento, o economista André Braz comentou que o preço do álcool tem subido muito nos postos por conta da restrição de oferta na cana-de-açúcar. Atualmente, o período é de entressafra da cana, o que reduz a quantidade de etanol no mercado.
A alta no preço do álcool no mercado não é uma novidade. Braz lembrou que, no ano passado, o preço do etanol passou por aumentos sucessivos em função da quebra de safra de cana na Índia, o que reduziu os estoques de açúcar do mercado internacional, fazendo com que fosse mais vantajoso produzir açúcar que etanol.
? Este ano, os preços do álcool devem subir até abril, quando começa a safra de cana. No próximo mês, com o início da colheita, deve ocorrer uma estabilização da oferta e uma gradual redução no preço ? avaliou.
Até o momento, no entanto, a gasolina no varejo não sofreu repasses bruscos de aumentos de preços. A gasolina conta com 25% de álcool em sua formação, e registrou inflação acumulada em 12 meses de 0,73% até março, a menor taxa neste tipo de comparação desde outubro de 2009 (0,09%). Em março, a gasolina subiu 0,26% no varejo, abaixo da taxa de fevereiro (0,32%) e a menor variação de preços desde outubro de 2010 (-0,51%).
? O que podemos perceber é que, no momento, para o consumidor, é mais vantajoso comprar gasolina do que álcool, no posto ? afirmou Braz.