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Alteração do status do etanol é aprovada por setor sucroalcooleiro

Presidente da Açúcar Guarani classificou como positiva a iniciativa de ampliação da banda de mistura de 25% a 20% para entre 25% e 18%A Medida Provisória (MP) 532, que alterou o status do etanol de produto agrícola para energético e o colocou dentro do controle da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi considerada coerente pelo setor sucroalcooleiro. O presidente da Açúcar Guarani, Jacyr Costa Filho, classificou como positiva a iniciativa de ampliação da banda de mistura do etanol anidro à gasolina de 25% a 20% para entre 25% e 18%.

Segundo ele, a medida mostrou comprometimento do governo com a energia renovável, já que manteve inalterado o teto da mistura em 25%.

? A passagem do etanol da agricultura para a ANP mostra apenas a relevância que o produto tem atualmente na matriz energética brasileira ? disse.

Costa ressaltou ainda que o governo deixou claro que está preocupado com o desabastecimento com o combustível ao reduzir o piso da mistura para 18%.

? Cabe agora aos usineiros responder com maior produção ? salientou.

Para o economista Plínio Nastari, presidente da Datagro, consultoria especializada no setor sucroalcooleiro, ao mesmo tempo em que a ampliação da banda da mistura oferece mais flexibilidade ao governo para intervir no mercado de etanol, ela também cria incertezas. Nastari explicou que a faixa da mistura entre 20% e 25% foi fixada em um nível em que está comprovada a segurança de conteúdo de oxigenação da gasolina.

? É preciso checar se uma mistura a 18% é tecnicamente factível para motores dos veículos flex ? disse.

Sobre a transferência do etanol para o controle da ANP, Nastari afirmou que a medida é fundamentalmente positiva, se as mesmas regras válidas para a gasolina forem aplicadas ao etanol. Atualmente, a contratação de compra de gasolina é feita com 12 meses de antecedência. Isso garantiria ao etanol condições de planejamento para comercialização, que hoje já existem no mercado da gasolina.

? Dessa forma, haverá maior controle da produção e de estoques, diminuindo a volatilidade de oferta nos períodos de safra e entressafra.

Além disso, Nastari ressaltou que, com a migração para a ANP, haverá uma redução da informalidade que ainda existe neste setor.

O diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que a MP é apenas um arcabouço, que precisa agora ter regras e critérios definidos. Ele citou, por exemplo, questões sobre como vai ser a variação da mistura dentro da banda e por quais motivos ela será aumentada ou reduzida.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, acredita que a partir de agora a política para gasolina e etanol tende a ser uniforme, o que é positivo para o mercado.

? Os dois combustíveis estarão regulados pela mesma agência ? afirmou.

Segundo ele, a medida prevê que a ANP exigirá qualificação especial antes de autorizar a instalação de novas destilarias, apontando para o mesmo tipo de controle que a agência tem para a construção de refinarias de petróleo. O executivo informou, ainda, que a MP sugere definição de metas e diretrizes, o que será positivo para direcionar produtores para um maior desenvolvimento deste mercado.

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