Mais de 28 mil candidatos estão inscritos para participar do concurso que oferece 2,6 mil vagas, sendo 70% dessas destinadas a candidatos (índios ou não índios) que exerçam a docência em escolas indígenas, mas que ainda não têm graduação.
Segundo a reitora da UEA, Marilene Corrêa, o curso é aprovado pelo Ministério da Educação e será oferecido anualmente. Ela explicou que o projeto faz parte de uma política universal indígena que inclui a formação para pesquisa e também extensão universitária.
O vestibular será realizado em uma etapa, com prova contendo 60 questões nas áreas de Língua Portuguesa; História; Geografia; Matemática; Física; Química; e Biologia. Para a reitora, o número de candidatos inscritos revela a importância do caráter intercultural indígena numa universidade pública.
? O interesse dos povos indígenas e dos professores que trabalham em escolas indígenas merece destaque no Amazonas. O curso vai trazer mais qualidade ao ensino nas escolas indígenas e incentivar a criação de novas escolas para esses povos, nos locais onde ainda não há esse tipo de ensino ? avaliou a reitora.
O curso terá início no próximo dia 17 de agosto e será realizado em módulos. Por meio do Sistema Presencial Mediado por Tecnologia IPTV (internet por televisão), as aulas serão transmitidas ao vivo, a partir de um estúdio em Manaus, para alunos de 52 municípios do Estado. Serão priorizadas as línguas maternas dos indígenas como forma, inclusive, de garantir a educação bilíngue.
? Esse vestibular representa uma iniciativa inédita no país, porque oferece a licenciatura intercultural indígena plena para todo Estado e com mais de duas mil vagas ? acrescentou Marilene Corrêa.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), cerca de 460 mil índios vivem atualmente no território brasileiro. Mais da metade está localizada nas regiões Norte e Centro-Oeste, principalmente na área da Amazônia Legal. O Amazonas é o Estado com maior número de índios do país.