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Após perder espaço na produção nacional, município de MG inova na oferta de abacaxi

A cidade de Frutal resolveu organizar a produção e fazer do abacaxi um atrativo turístico e econômicoMinas Gerais tem hoje 11,8% da produção de abacaxi do país. Perdeu espaço para a Paraíba, que atualmente é o Estado que mais produz. Mas os mineiros estão valorizando a fruta muito além do mercado convencional. Um exemplo é o município de Frutal, que está organizando a produção e fazendo do abacaxi um atrativo turístico e econômico.

O ano de 2010 foi considerado bom para os produtores de abacaxi. Não pelos preços ? que equivalem aos mesmos praticados há mais de 10 anos ?, mas pela estabilidade do mercado, bem diferente de 2009.

? O preço oscilou muito. Às vezes nós estávamos trabalhando com R$ 1,00, depois R$ 0,70 ou R$ 0,50. E como é uma produção que tem que ser ofertada no dia em que está madura, vários produtores tiveram problemas no ano de 2009. O ano de 2010, com os preços estáveis durante os 12 meses, deu a oportunidade para que quase todos os produtores pudessem cobrir seus custos ? afirma o produtor Louribal Francisco de Souza.

A produção de abacaxi em Minas Gerais está concentrada nas regiões do Pontal e do Triângulo Mineiro, mais precisamente em quatro municípios: Frutal, Canápolis, Monte Alegre de Minas e Fronteira.

A cidade de Frutal já foi conhecida como patrimônio das frutas. Após perder espaço, se esforça para incentivar a cultura como principal atrativo turístico e como suporte para o desenvolvimento econômico do município. É o que pensa a secretária de agricultura Maria Lucia Azoia dos Santos, engenheira agrônoma e radialista.

? O meu programa é num horário que facilita muito, durante a ordenha. Então eu consigo me comunicar facilmente com o produtor. Todos os recados de reuniões e informações técnicas são passadas através do rádio ? diz Maria Lucia.

Oficialmente, a Secretaria de Agricultura foi criada há apenas um ano, no município que tem oito mil quilômetros de estradas rurais e 14 associações de produtores. O grande desafio é resgatar a cultura do abacaxi, que faz parte da história de Frutal.

Vender o abacaxi por unidade, correr atrás dos melhores atravessadores e lidar com as oscilações do mercado da fruta in natura reduz a possibilidade de aumentar a renda dos produtores. O plano agora é atrair rapidamente agroindústrias para aproveitar a fartura na terra do abacaxi.

? Com a agroindústria estaremos gerando mais emprego e agregando valor à cultura. Vamos valorizar mais a fruta, trazendo mais benefícios para o produtor de abacaxi, porque hoje ele é penalizado com o fato de que a fruta deve ser vendida assim que amadurece ? explica a secretária.

Os produtores da região usam da criatividade para continuar avançando. Em uma das áreas, os produtores decidiram por uma diversificação curiosa: abacaxi com cana-de-açúcar. Duas fileiras de mudas de cana que, após a colheita do abacaxi, vão ser plantadas e entrar em produção.

Novos manejos

Na colheita, o carrinho de mão ainda não encontrou adversário nas pequenas propriedades. É a realidade de produtores como Wagner Guidi, que patenteou uma moto adaptada para fazer a pulverização. O produtor, que foi obrigado a se transformar em inventor, sente falta de pesquisas e desenvolvimento de máquinas e equipamentos para a cultura do abacaxi.

? Não temos muita coisa para buscar no mercado, nós temos que procurar fazer nosso próprio equipamento ? ressalta Guidi.

Uma comunidade do distrito de Aparecida de Minas está mobilizada até mesmo na gastronomia. A equipe do Canal Rural foi recebida com um banquete ? tudo a base da abacaxi ?, além de uma variedade de doces. Na mesa do almoço, o cardápio foi do lombo ao macarrão, sempre com a presença da fruta.

É uma nova fase. Até mesmo um monumento, que será inaugurado junto com a primeira festa do abacaxi, no próximo dia 14 de janeiro, foi construído. A obra traz marcas de mãos de crianças carentes. São o econômico e o social integrados nesse resgate, que está trazendo otimismo para os produtores e dando uma nova visão de marketing para melhorar o mercado.

? A gente tem uma produção de 70 milhões de pés aqui. Com a divulgação e a simpatia da população, queremos chegar a 180 milhões de pés. Atingiríamos a marca de um pé por habitante desse país ? idealiza Francisco Nogueira Borges, secretário da Associação de Produtores do município.

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