O Indicador do algodão em pluma perdeu força em outubro, depois de subir por quatro meses consecutivos e de atingir o maior preço de 2015 no dia 2 do último mês, quando chegou a R$ 2,3656/LP, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O motivo para as baixas, segundo o Cepea, foi a maior disponibilidade de pluma, mas de qualidade inferior, já que a oferta do produto superior ao tipo 41-4 continua baixa no mercado doméstico.
Além disso, o enfraquecimento das cotações ocorre pela necessidade de caixa por dos vendedores. Do lado comprador, boa parte das indústrias adquiriu pequenos volumes no correr do mês, mas manteve a pressão sobre os valores, especialmente quando os lotes envolviam tipos da pluma abaixo do 41-4.
O câmbio teve pesou negativamente. No acumulado dos dez meses de 2015, as exportações brasileiras de algodão somaram 578 mil toneladas. Outubro foi destaque, com aumento de 8% nos embarques em relação ao mesmo período de 2014. Na comparação com setembro deste ano, a alta foi de 50%.
Na terça, dia 3, o Indicador Cepea/ESALQ com pagamento oito dias, referente à pluma 41-4, posta em São Paulo, fechou a R$ 2,3254/lp, queda de 0,56% frente à terça anterior.
“Os preços para os próximos períodos vai depender muito da taxa de câmbio que influencia a paridade de exportação”, diz o pesquisador do Cepea Lucilio Alves. “O ponto positivo é que nós tivemos um grande volume de negócios para exportação pro próximo ano em que os agentes já travaram preços observados nos períodos anteriores e inclusive travando taxa de câmbio. E isso sinaliza um ganho expressivo para os vendedores”.
A poucos dias do início do plantio da safra brasileira 2015/2016, existem dúvidas em relação à área a ser plantada e a produtividade. Segundo o Cepea, mesmo com a maior rentabilidade dos últimos quatro anos, o produtor vive um ano de altos custos de produção e baixa oferta de crédito no mercado financeiro.
“Quando a gente fala taxa de câmbio, claramente há uma reação imediata para os preços de venda. Porém, também há um impacto nos custos de produção. Durante o ano de 2015, a gente já tem um registro aí de aumento de 18% a 23% em custo de produção”, afirma Alves.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a próxima safra brasileira se iguale a deste ano, quando foram colhidas 1,5 milhão de toneladas de algodão.