A audiência pública atraiu movimentos sociais, representantes de 11 assentamentos do Triângulo Mineiro, produtores, sindicatos e cooperativas, com a participação do Incra e do Instituto Estadual de Florestas. O tema foi Reforma Agrária e a Produção Sustentável.
Na região de Uberaba (MG), há três assentamentos continuam improdutivos: Dandara, Tereza do Cedro e Monte Castelo. Assentados morando embaixo de lonas, sem energia elétrica, lotes indefinidos e, principalmente, sem recursos para começar a produzir. Uma situação de descaso em mais de 2000 hectares em assentamentos que foram criados entre 2002 e 2005. O Secretário de Agricultura de Uberaba José Umberto Guimarães foi objetivo e pediu a solução para os problemas que impedem o desenvolvimento dos assentamentos.
O desgaste de anos, esperando pelos recursos do Incra, gera impaciência, mas ações radicais propostas não foram aceitas no plenário.
Foram quatro horas de debates, e as questões se repetiam com os mesmos problemas enfrentados pelos assentados. A parte ambiental, uma das questões que mais trava os processos, foi questionada, e ficou claro que não existe uma articulação focada para legalizar os lotes. Falta informação e planejamento. Incra na morosidade, e assentados em áreas que não podem ser usadas.
O superintendente do INCRA de Minas Gerais Gilson de Souza que já foi assentado, respondeu as questões confirmando a complexidade da reforma agrária e a falta de estrutura para justificar a demora nos processos, mas prometeu soluções com mais agilidade.
A audiência pública revelou que a reforma agrária e desenvolvimento sustentável são duas realidades ainda distantes. A burocracia emperra qualquer ação que possa tornar produtivos os assentamentos da região.
Os assentados viram na audiência mais uma esperança de que as promessas saiam do papel.