Pelo mais recente contrato, firmado na última semana, o Fundo Rotatório de Vacinas da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) fornecerá 10 milhões de doses para o Brasil, o que representará um investimento de US$ 70 milhões de dólares (US$ 7 por dose) ? o equivalente a R$ 122,5 milhões.
O Ministério da Saúde já havia comprado, em novembro de 2009, o primeiro lote de vacinas, com 40 milhões de doses, fornecidas pelo laboratório Glaxo Smith Kline (GSK). A compra foi fechada a partir do menor preço apresentado pelos concorrentes em um processo de compra emergencial. O custo unitário da dose nessa compra foi de US$ 6,43 ? representando investimento global de US$ 257,2 milhões (R$ 444,7 milhões).
Além disso, o Ministério da Saúde encomendou 33 milhões de doses do Instituto Butantan, cuja primeira remessa, de cerca de 600 mil doses, deve ser entregue à pasta nos próximos dias. Essas doses foram negociadas pelo Ministério da Saúde, ao lado do Instituto Butantã, com o laboratório francês Sanofis-Pasteur ? que já tem acordo de transferência de tecnologia com o Butantan para a vacina da gripe sazonal. O imunizante para gripe pandêmica que será fornecido pelo Butantan terá preço unitário de US$ 7,6 ? representando investimento de US$ 250,8 milhões (R$ 438,9 milhões). Esse valor unitário, o mais alto, inclui o custo de transferência de tecnologia para produzir a vacina contra o vírus pandêmico.
Até o início de fevereiro, o Ministério da Saúde deverá anunciar, em detalhes, a estratégia nacional de vacinação contra a gripe pandêmica para o país.
? O que é importante que todos saibam é que não há, neste momento, distribuição de vacina à população em nenhum Estado brasileiro. As doses serão distribuídas nacionalmente quando houver estoque suficiente para viabilizar a estratégia de vacinação simultanamente em todo o país ? diz o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Gerson Penna.
Os grupos prioritários que receberão a vacina contra o vírus da gripe A (H1N1) serão estabelecidos com base em critérios epidemiológicos, observados durante a primeira onda da nova gripe, no inverno do ano passado; durante a segunda onda em curso no Hemisfério Norte; e em acordo com sociedades médicas, Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Entre os grupos prioritários estão grávidas, trabalhadores de saúde envolvidos no atendimento aos pacientes, crianças entre 6 meses e 2 anos, indígenas e pessoas com obesidade mórbida e doenças crônicas preexistentes (cardíacas, pulmonares, renais, metabólicas etc.).
Todo o investimento na aquisição da vacina contra a gripe pandêmica (R$ 1,006 bilhão) é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Esse valor equivale a todo orçamento do Programa Nacional de Imunizações, que oferece vacinas contra doenças como poliomielite, febre amarela, hepatite, tétano, difteria, entre outras. Os recursos vêm do crédito suplementar de R$ 2,1 bilhões, aprovado em outubro do ano passado por medida provisória, para ações de enfrentamento da gripe pandêmica.
O Ministério também adquiriu 83 milhões de seringas e agulhas, ao custo de R$ 40 milhões. Os insumos serão distribuídos às Secretarias Estaduais de todo o país, durante a vacinação. Além disso, no final de 2009, foram repassados R$ 11 milhões para os Estados iniciarem a preparação da vacinação.