Lobão lembrou que, assim como o Brasil, os Estados Unidos pretendem manter uma política cada vez mais intensa na produção de biocombustíveis. Segundo ele, os Estados Unidos deverão produzir cerca de 34 bilhões de litros de etanol a base de milho este ano e a produção brasileira deve chegar a 23 bilhões de litros, extraídos de cana-de-açúcar.
? Os dois países têm interesse de que essa política sirva a todos os países. Daqui para frente, os contatos serão cada vez mais estreitos, para que possamos afinar as duas políticas na medida em que essa convergência atenda aos interesses dos dois lados ? afirmou o ministro.
Kupfer ressaltou que tanto os Estados Unidos como o Brasil têm interesse que o etanol se torne uma commodity. Para tanto, os dois países estão investindo também na produção de biocombustíveis de segunda e terceira gerações, que não é baseada em alimentos como matéria-prima.
? É importante que essa produção continue se expandido em todo o mundo ? acrescentou.
No entanto, o subsecretário não sinalizou a possibilidade de o governo americano reduzir ou eliminar as tarifas para importação do etanol brasileiro, mas disse que o assunto está sendo discutido internamente e com outros países. Segundo ele, a cobrança da tarifa foi prorrogada pelo Congresso americano até 2010, apesar de o orçamento apresentado pelo presidente George Bush não prever essa prorrogação.
? Temos uma defesa forte dos biocombustíveis, temos metas ambiciosas e estamos estudando como cumprir essas metas no futuro. As tarifas do etanol e suas implicações vão continuar a ser discutidas no nosso país ? assegurou.
O encontro dos ministros foi uma primeira conversa para que os dois países estabeleçam uma política de troca de experiências no setor energético. Kupfer disse que o Brasil é considerado um líder em muitas áreas no setor energético.
? Nós temos muito a aprender com as experiências brasileiras e há muitas áreas nas quais podemos aprender um com o outro ? afirmou o subsecretário.
Uma dessas áreas é a produção de energia nuclear. O ministro brasileiro ressaltou que os Estados Unidos são “madrugadores” na utilização dessa energia e, por isso, tiveram avanços significativos, tanto na produção da tecnologia como no armazenamento do lixo tóxico. Ele disse os Estados Unidos estão construindo novos reatores e, por isso, precisam pesquisar novas tecnologias.
? É necessário expandir o entendimento entre os países que utilizam a energia nuclear para que se encontre a melhor solução para todos ? avaliou Kupfer.