O diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, disse que o Brasil já é o terceiro maior exportador do mundo da fibra e pode chegar na safra 2018/2019 à segunda colocação. A entidade projeta ainda que o Brasil poderá exportar 1,118 milhão de toneladas na próxima temporada, superando o recorde anterior, de 1 milhão de toneladas no ciclo 2013/2014.
Segundo Portocarrero, a área plantada no país na temporada 2018/2019 deve crescer 11,12% e pode alcançar um recorde de 1,35 milhão a 1,40 milhão de hectares, ante 1,18 milhão de hectares do ano anterior. “O governo chinês esteve conosco pedindo para assumirmos o compromisso de aumentar a oferta de algodão para a China, porque eles querem substituir área de algodão por cereais. Até 2022 pretendemos chegar a 2 milhões de hectares”, afirmou.
O representante da Abrapa informa que trata-se de um acordo entre produtores brasileiros e compradores chineses, o qual vai sendo reavaliado conforme as perspectivas do mercado. “Vamos ter de ir avaliando isso de acordo com o comportamento de preço, custo e demanda mundial”, disse.
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De acordo com ele, a guerra comercial entre Estados Unidos e China só tende a intensificar o interesse do país asiático pelo algodão brasileiro. “A partir da safra 2016/2017 a gente se estabeleceu como fornecedor dos chineses, eles confiaram na estabilidade da oferta e nos propuseram esse desafio. Mas não tem documento, é tudo verbal”.
A Abrapa espera que a produção brasileira possa atingir 2,3 milhões de toneladas no próximo ciclo. A safra 2017/2018, que está terminando de ser colhida, já deve ultrapassar a marca de 2 milhões de toneladas. A associação espera, ainda, que a produtividade fique em cerca de 1.705 a 1.710 quilos por hectare, pouco acima dos 1.704 quilos por hectare previstos para a atual safra.
