O encontro foi aberto com o relato sobre a conferência que aconteceu no Uruguai. O Ministério da Saúde explicou que os países se comprometeram em adotar medidas para reduzir o consumo de cigarros. A mais polêmica delas proíbe a adição de sabores e aromas no fumo do tipo burley.
? Essas recomendações foram baseadas em evidências científicas que comprovam que os produtos de tabaco são elaborados para tornarem-se atrativos e encorajarem a experimentação por nossos consumidores, principalmente entre adolescentes ? explicou a coordenadora do Programa de Tabagismo do Ministério da Saúde, Tânia Cavalcante.
A indústria do fumo reagiu, afirmando que não há comprovação científica de que os aditivos induzem os jovens ao consumo.
? Não foram apresentadas ainda provas de que os ingredientes tenham influência na iniciação ao tabagismo ? contestou o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Fernando Costa.
Produtores e industriais manifestaram preocupação com uma portaria da Anvisa, divulgada esta semana. Ela proíbe a adição destes produtos açúcares, adoçantes e ervas ao fumo. O documento ficará em consulta pública até 31 de março do ano que vem.
? Todos foram tomados de surpresa, tendo em vista que a Cop4 transcorreu há poucos dias e é uma situação que ainda requer uma análise mais profunda da própria decisão que ocorreu durante a COP, uma vez que o texto final ainda não está disponível ? disse o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Heitor Petry.
A bancada ruralista estuda maneiras de derrubar a medida.
? Se for o caso, um Projeto de Decreto Legislativo. A nossa assessoria está estudando essa maneira para ver se nós podemos então liquidar com essa portaria da Anvida neste instante ? garantiu o deputado federal Luís Carlos Heinze (PP/RS).