Seu Gonçalo Apolinário Souza já passou dos oitenta anos. É difícil de acreditar, com tanta disposição. O baiano conquistou o mercado de café no Paraná na década de 50. Depois de enfrentar 16 geadas, resolveu apostar no cerrado mineiro. Mas tudo com pioneirismo, testando variedades, adaptando o manejo, sem contato com uma pesquisa local.
Já estava na hora de investir em descobertas de novos rumos para a cafeicultura na região de Araguari. Produção que é referência quando se fala em tecnificação.
O campo experimental está sendo preparado há quatro meses, e vai ser inaugurado oficialmente em março. Mas, na prática, os projetos já estão em andamento para atender a realidade dos cafeicultores do cerrado, que precisam de renovação. O mercado descobriu a região na década de 80, e agora, a média de idade dos cafezais já passa dos 25 anos. O caminho está na pesquisa.
A Associação dos Cafeicultores arrendou uma fazenda no interior de Araguari. Na área removida, o preparo do solo vai servir para formar um cafezal diversificado com 38 variedades, distintos tratos culturais e posições de plantio. Em outra parte, UM cafezal que já tem oito anos de idade, as empresas fazem parceria com os cafeicultores para testar produtos.
A adubação também entra nos testes, de diferentes formas: do químico ao orgânico. As podas entram no planejamento, na hora de revitalizar o cafezal. Mas qual seria o melhor método: corte total, parcial, com ramas antigas, ou esqueletado? No campo experimental, as técnicas, lado a lado, para que os cafeicultores possam recolher resultados, e aplicar na prática os novos rumos para a cafeicultura do cerrado.