O gerente administrativo de uma indústria em Mineiros (GO) Ricardo Dias afirma que a demanda é maior do que a procura. Segundo ele, o mercado está em franca expansão. Na empresa onde trabalha, o material é submetido a um processo por fricção, que reduz a quantidade da substância tóxica gossipol, própria do algodão. Isso porque, de acordo com a explicação de Dias, o componente em excesso pode prejudicar a capacidade reprodutiva dos animais.
Antes de ir para a prensa, o caroço do algodão passa por dois processos de limpeza. Primeiro, a máquina elimina os que são pequenos, elimina os resíduos de lã e as impurezas. Um produto mais limpo gera uma torta de melhor qualidade, conforme o profissional.
Depois, óleo e farelo são separados. As máquinas têm capacidade para produzir 70 toneladas por dia de torta, vendidas, em média, a R$ 330,00 cada. Os principais compradores estão em Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Dias aponta que a expectativa da indústria é obter crescimento de 30% em 2012.
O pecuarista José Carlos da Silva, por sua vez, utiliza a torta como ingrediente de suplemento alimentar há mais de dois anos. Ele diz acreditar que o farelo permite um melhor acabamento da carcaça e que pode receber até R$ 14,00 a mais por animal. Suas duas mil cabeças de gado são criadas em sistema de rotação de pastagens.