A consultoria Céleres diminuiu nesta sexta-feira, 10, a sua projeção de produção de algodão em pluma no Brasil em 2015/2016 para 1,39 milhão de toneladas. Em maio, a previsão era de 1,57 milhão de toneladas. O novo número representa queda de 9,3% ante a colheita de 2014/2015, segundo a Céleres.
O ajuste negativo se deve à redução da produtividade nos principais estados produtores, Mato Grosso e Bahia, conforme a consultoria. A projeção de área foi mantida em 967,8 mil hectares, mas a Céleres cortou a previsão de rendimento para 1.437 quilos por hectare, ante 1.622 quilos por hectare na projeção de maio.
“As condições de baixa pluviosidade e altas temperaturas em praticamente toda a temporada atrapalharam no desenvolvimento da planta, acarretando em perdas consolidadas”, destacou a Céleres. Só na Bahia, segundo maior estado produtor da fibra no país, a consultoria espera produtividade de 1.345 quilos por hectare, 17% menor do que a obtida no ciclo anterior.
A Céleres citou ainda os embarques 40% acima de igual período do ano passado de janeiro a maio e ressaltou a maior competitividade do produto nacional perante o patamar cambial desvalorizado. “Com a restrição da oferta e as exportações do produto em altos níveis, o quadro interno de algodão estará mais apertado em 2015/16, com estoques finais desta temporada caindo pela metade (260 mil toneladas)”, informou a Céleres.
Soja
A consultoria Céleres elevou em 0,3% a sua projeção de produção de soja no Brasil em 2015/2016 para 100,28 milhões de toneladas. O número representa aumento de 2,9% ante a safra anterior e é bem superior ao estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 95,63 milhões de toneladas.
A estimativa de área plantada foi mantida em 33,02 milhões de hectares, mas, segundo a Céleres, o ajuste positivo se deve a rendimentos maiores do que os esperados na colheita da oleaginosa. A consultoria estimou a produtividade média no Brasil em 3,04 toneladas por hectare, ante a previsão de 3,03 toneladas por hectare de maio.
Apesar do incremento projetado para a produção, o balanço de oferta e demanda ainda é apertado, conforme a consultoria, uma vez que o consumo da oleaginosa tem se mostrado crescente. “Do ponto de vista das exportações, favorecidas pelo câmbio desvalorizado e pela menor oferta na Argentina, a oleaginosa já tem mais de 30 milhões de toneladas embarcadas, 37% maior que no mesmo período do ano passado”, apontou a Céleres.
“Para esmagamento, o cenário também é positivo diante do consumo interno firme e das exportações maiores dos derivados.” Ainda conforme a consultoria, a produção de farelo e óleo pode ficar acima do previsto devido ao aumento dos preços internacionais dos subprodutos, o que pode dar ainda mais suporte às cotações da soja no decorrer de 2016.
A Céleres destacou ainda que sojicultores brasileiros aproveitaram a elevação dos preços indicados para a temporada 2016/2017 para adiantar a comercialização da produção futura. De acordo com a consultoria, a venda antecipada da próxima safra está em 20,5%, 13 pontos porcentuais maior do que a média dos últimos 5 anos.
Para o mercado futuro na Bolsa de Chicago (CBOT), a Céleres ressaltou que, apesar de terem espaço para novas altas por causa da especulação sobre o clima durante o desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos, os preços poderão recuar no restante do ano, “ficando, inclusive, abaixo dos US$ 10/bushel, sobretudo se mais uma safra cheia confirmar-se nos EUA”