Fundamentos avaliados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que o preço da pluma do algodão no Brasil pode seguir firme em 2016. Para o primeiro semestre, a cotação pode encontrar suporte no dólar elevado, que favorece as exportações brasileiras em detrimento da venda doméstica, e no bom volume já comercializado da safra 2014/2015.
Outro fator que pode influenciar o preço interno nos primeiros meses deste ano é a baixa disponibilidade da pluma de tipos acima do 41-4. No segundo semestre, estimativas já indicam queda nas ofertas brasileira e mundial da safra 2015/2016, cenário que pode deixar a relação suprimento/demanda mais ajustada.
Do lado da demanda, indústrias nacionais consultadas pelo Cepea indicam dificuldade em absorver as altas nos custos de produção ocorridas em 2015, especialmente da matéria-prima e de energia, e repassá-las aos produtos derivados. Nesse cenário, e considerando-se as fragilidades econômica e política nacionais, compradores devem estar ainda mais cautelosos nas aquisições neste ano.
Nos grandes estados produtores, área de cultivo deve diminuir, especialmente na Bahia, devido ao aumento dos custos de produção da safra 2015/2016 e à dificuldade na obtenção de crédito. Tradings, por sua vez, que adquiriram pluma das safras 2014/2015 e 2015/2016 antecipadamente, esperam maiores preços para 2016. Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgados em dezembro estimam queda de 3,8% na produção brasileira de pluma na safra 2015/2016 frente à temporada anterior, com o total estimado em 1,503 milhão de toneladas. A redução na área plantada deverá ser de 1,6% frente à temporada 2014/2015, passando para 960,6 mil hectares.