Enquanto o governo britânico teme que empresas do seu país (especialmente bancos) sofram boicotes, os argentinos já planejam recorrer a tribunais internacionais contra quem prospectar petróleo nas ilhas.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, pedirá nesta segunda, dia 22, ajuda aos países latino-americanos para pressionar a Grã-Bretanha a sentar à mesa de negociações sobre as Malvinas, controladas pela Argentina entre 1820 e 1833 e dominadas pelos britânicos há 177 anos.
? O Brasil apoiará a Argentina e espera receber orientações de Cristina nesta segunda, no encontro durante a reunião de cúpula de presidentes do Grupo do Rio, em Cancún (México) ? disse o secretário especial para política externa da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
O apelo da presidente coincidirá com o início dos trabalhos de perfuração da plataforma petrolífera da empresa britânica Desire Petroleum na área marítima ao norte do arquipélago, previstos ainda para o domingo. O governo argentino pretende dificultar as perfurações e evitar o risco de que as Malvinas se tornem um novo centro petrolífero regional, fato que poderia levar os kelpers (os habitantes das ilhas) a solicitarem sua independência ? o que poderia colocar a pique as reivindicações territoriais argentinas.
As estimativas sobre as reservas nas ilhas variam desde os mais céticos 8 bilhões de barris, passando pelos 18 bilhões que diversos especialistas das empresas envolvidas na exploração de petróleo na área das Malvinas calculam, até os otimistas 60 bilhões que os kelpers alegam que existem nos mares ao redor de suas ilhas, volume que transformaria o arquipélago em uma espécie de “Golfo Pérsico do Atlântico Sul”.
Há duas semanas, a presidente Cristina decretou restrições para o uso dos portos argentinos por parte de navios que partam rumo às Malvinas. Todos os navios que pretendam realizar esse trajeto deverão contar com autorização prévia. No entanto, em Port Stanley, capital das ilhas, não existe preocupação com as retaliações provenientes de Buenos Aires.
? As ações tomadas pelo governo argentino não vão evitar que a exploração de petróleo continue tal como foi planejada ? declarou Phyl Rendell, diretora do Departamento de Energia das Malvinas, ao jornal kelper Penguin News.
Nos próximos três meses outras três empresas petrolíferas britânicas (Falkland Oil & Gas, Rockhoper e Borders & Southern Petroleum) iniciarão suas perfurações na área. As licenças emitidas pelos kelpers para explorações não são reconhecidas pelo governo argentino.
? Neste ano, teremos uma menor quantidade de feriados em dias úteis, com estimativa de redução do faturamento perdido ? avalia o economista.
A federação ressalta que decreto de feriados em datas que poderiam ser apenas comemorativas, como uma forma de homenagem, eleva o custo da mão de obra empregada pelo comércio. Além disso, os estabelecimentos só podem abrir com permissão prévia da autoridade competente, o que nem sempre ocorre.