Os preços do algodão seguem recuando de forma significativa no mercado doméstico. Nesta quinta-feira, dia 5, a fibra foi cotada a R$ 3,48 a libra-peso em São Paulo, com recuo de 5,95% em relação ao mesmo período do mês passado.
“Esse comportamento deve-se ao avanço da colheita que em breve gerará maior oferta no disponível. Até o momento, no entanto, o reporte de negócios é pontual”, explicou o analista da consultoria Safras & Mercado, Élcio Bento.
O rendimento das lavouras de algodão colhidas no oeste da Bahia tem sido muito bom. “Devemos ter mais um ano excelente”, relata o produtor e presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Cézar Busato, que cultiva 23,5 mil hectares com a pluma na região.
“Com 25% da área já colhida, a produtividade média deve ficar entre 310 a 330 arrobas por hectare”, prevê, acrescentando, porém, que somente no final do ciclo isto poderá ser confirmado. Na média do estado, a colheita ainda é inferior a 10%, informa o dirigente.
No ano passado, a produtividade foi recorde na Bahia, atingindo a média de 345 arrobas por hectare. “De qualquer forma, este ano será excelente, com um rendimento 5% superior ao que esperávamos”, frisa Busato.
Em relação aos preços, a situação é “razoável” na região. “Atualmente há uma instabilidade, mas os preços estão adequados, levando-se em consideração os estoques mundiais”, pondera o entrevistado.
Já a logística traz bastante dor de cabeça ao cotonicultor da região. “Está sempre comprometida”, lamenta Busato. Conforme o produtor, os fretes também subiram muito com o tabelamento. “Ninguém sabe no que vai dar, mas a aposta é que esta situação deva se estabilizar”, finaliza.