Começa colheita de algodão em Mato Grosso

Chuvas atrasaram o começo dos trabalhos, mas produtividade média na largada da colheita é considerada satisfatória

Fonte: Divulgação/Pixabay

Depois alguns atrasos, principalmente provocados pelo excesso de chuvas nas últimas semanas, a colheita do algodão em Mato Grosso começou. A área colhida ainda não chega a 1%, mas a produtividade média já é considerada satisfatória. O alerta fica por conta de previsão de mais chuvas para os próximos dias.

Até o momento, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que 552,4 mil hectares tenham sido semeados no estado. Desta área, 0,8% foi colhido, pouco mais de 4,2 mil hectares.

A produtividade média obtida nessa área colhida pode ser considerada satisfatória, de 252,1 arrobas por hectare. De fato, este valor é 4,8% inferior à produtividade estimada para a safra 2014/2015, atualmente em 264,8 arrobas por hectare, contudo, essa inferioridade pode ser explicada pelo fato de que os melhores talhões ainda estão no campo, e devem puxar esta média para cima quando colhidos.

O Imea, no entanto, diz que a atenção dos produtores deve continuar redobrada. Há expectativa de que chova entre 10 e 30 milímetros nos próximos dias nas regiões sul e sudeste de Mato Grosso.

Preços

Devido a um certo reaquecimento da procura por parte das indústrias, a pluma de Mato Grosso com entrega para dezembro valorizou 2,73%, fechando a semana a R$ 66,78 a arroba. O contrato julho de 2015 obteve alta semanal de 1,20%, encerrando a cents de US$ 64,60 por libra-peso. A paridade julho 2015 registrou alta de 1,40%, principalmente devido à valorização de seu respectivo contrato, cotado a R$ 63,29 por arroba. Devido à boa procura pela torta de algodão, o subproduto valorizou 0,99% e encerrou a semana a R$ 510,00 a tonelada. 

Estoques

Depois de cinco safras subindo, na safra 2015/2016 espera-se que a relação estoque/consumo mundial de pluma sofra retração. A qual, caso confirmada, se daria por diversos fatores, dentre eles: a diminuição no preço do petróleo, tornando assim o custo da energia mais barato na escala global, o enfraquecimento internacional do preço da pluma, permitindo de tal forma que a matéria-prima se torne mais barata para as indústrias têxteis, além do leve fortalecimento do cenário econômico-social mundial, estimulando a demanda pelo produto final.

De acordo com o Imea, esses fatores de estímulo ao consumo, aliados à estimativa de queda na produção, resultariam em baixa nos estoques. Logo, na safra 2015/2016 a relação entre estoque e consumo seria de 92,1%, 6,7 p.p. inferior ao estimado para a safra 2014/2015. Com isso, essa relação vem se tornando mais uma prova evidente de que o mercado mundial de algodão tenta caminhar para o equilíbrio já visto em tempos melhores.