A solenidade simbólica foi enfraquecida pelas ausências da governadora gaúcha, Yeda Crusius, e da presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu.
A escalada das vendas externas nos últimos anos deve ser interrrompida em 2010, com a combinação de produção até 13% menor na comparação com 2009 e as incertezas em relação ao mercado. A combinação entre o dólar baixo e uma eventual redução nos preços internacionais dos produtos podem tornar os embarques pouco atrativos, ainda mais se a redução na produção nas lavouras gaúcha impulsione os preços pagos aos produtores.
– Quem compra do produtor e faz a exportação poderá ter dificuldade no preço, principalmente com o câmbio desfavorável – avalia consultor Ciloter Borges Iribarrem, da Safras e Cifras.
O especialista ainda sustenta que, com a demanda e oferta equilibradas no mercado internacional, não deve haver estoques abundantes de arroz para importação, o que também pode ajudar a alavancar a rentabilidade dos produtores.
– Em 2009, o preço do saco de 50 kg ficou entre R$ 28 e R$ 30, mas nesta safra pode chegar aos R$ 34 – calcula Iribarrem.
O redução nos embarques no entanto, pode ser contida por uma eventual evolução na demanda internacional no primeiro semestre, principalmente no período entre março e maio, de acordo com Marco Tavares, consultor de mercado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). É a época em que a produção brasileira tem mais espaço para encontrar bons preços no Exterior, devido a entressafra no Hemisfério Norte e a competitividade dos preços dos fretes marítimos.
Para Tavares, ainda é cedo para prever o tamanho da redução nas exportações ou mesmo se queda no tamanho da safra vai se confirmar.
– Ainda existe uma incógnita sobre o percentual efetivo de quebra, os preços externos e o câmbio. Se o dólar ficar acima de R$ 1,80, pode-se ter uma meta de exportar 10% da produção – afirma.
O presidente da Sindicato da Indústria do Arroz no Estado (Sindiarroz), Élio Coradini, evita fazer projeções sobre as vendas externas do produto. O desempenho dos embarques ainda é uma incógnita, na avaliação do empresário, já que ainda há dúvidas sobre o tamanho da safra e os preços no mercado externo.
– Além disso, tem a questão da disponibilidade. Se a queda for muito acentuada, vamos ter de abastecer o mercado interno – reforça.
As dúvidas sobre o tamanho da safra serão respondidas a partir dessa semana, com o inicio da colheita do arroz no Estado.