O trabalho com a bovinocultura de leite, explica o gestor do projeto pelo Sebrae Rio Grande do Sul, Valmor Mantelli Jr., surgiu em 2008.
? A atuação da entidade no agronegócio é relativamente recente e, até aquele, ano não tínhamos iniciativas específicas para o segmento.
Foi assim que, segundo o gestor, “iniciou-se a parceria com a UFRGS, por conta das diversas pesquisas que já realizaram na área”.
Segundo Mantelli, o projeto, coordenado pelo professor Paulo César de Faccio Carvalho, desenvolverá a melhoria gerencial das pequenas propriedades rurais da região. Além das ações que envolvem custos e tecnologia e a qualidade, questões como gestão financeira, de processos e do ambiente de trabalho serão reforçadas. O projeto piloto está em curso e segue até o final do ano.
Metodologia de aplicação
A metodologia, de acordo com Mantelli, será aplicada em cinco grupos de no máximo 20 produtores, com acompanhamento técnico coletivo e individual. Seis fases foram estruturadas: diagnóstico das propriedades; planejamento alimentar; controle leiteiro; planejamento sanitário; planejamento genético e reprodutivo; e implantação de indicadores produtivos e gerenciais, interpretação e monitoramento.
? As consultorias serão realizadas em campo por capacitadores. Eles levarão os dados para a universidade, onde a análise será processada. Teremos, então, um diagnóstico, que definirá ações específicas para cada propriedade ? conta o gestor, que enfatiza o resultado pretendido:
? Nosso foco não é produzir mais leite, mas otimizar os sistemas de produção.
Carvalho destaca que “em cada um dos cinco municípios atendidos existe um capacitador responsável pelas atividades do programa naquele grupo; é ele quem realiza as visitas individuais às propriedades”. A equipe de atendimento é composta por um supervisor administrativo, um supervisor técnico, dois consultores técnicos e cinco capacitadores, totalizando dez pessoas.
? É importante salientar que o diagnóstico das propriedades é apenas a fase inicial do programa. Entendemos que, para nortear as nossas ações, nada melhor que o pleno conhecimento dos sistemas, identificando pontos fortes e pontos limitantes ? conclui Carvalho.
Para o Coordenador da Carteira de Leite e Derivados do Sebrae no estado, Ângelo Aguinaga, a iniciativa é a primeira realizada de forma tão ampla.
? Anteriormente executávamos ações focadas em uma determinada atividade, agora temos a oportunidade de trabalhar a propriedade produtoras de leite como um tudo.
Seleção
Para participar da iniciativa, de acordo com Mantelli, as empresas precisavam atender a alguns requisitos. Os principais: estar participando do projeto do Sebrae; propriedades onde o leite seja considerado fonte de renda principal; e propriedades que têm como objetivo transformar essa atividade em principal.
? Nosso trabalho deixa claro aos produtores que essa iniciativa não irá demandar altos investimentos, mas ajustará questões relativas ao funcionamento da sua produção ? explica Mantelli.