De acordo com os analistas, um dos principais responsáveis pela pisada no freio seria a alta dos juros. Há também uma percepção de que o volume de crédito está acima da tendência considerada normal enquanto a renda não acompanha o ritmo, o que aumenta o risco de inadimplência.
? Provavelmente, a partir do final desse ano, poderemos ver uma desaceleração da indústria, do comércio e do próprio PIB ? ressaltou Sérgio Vale, da MB Associados, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta quinta, dia 7.
Apesar disso, o ritmo de queda na economia não deve ser acentuado. De acordo com consultoria, a redução nos preços das commodities deve ajudar o Banco Central no controle da inflação. Sobre a taxa de câmbio, Sérgio Vale comentou que, no momento, não é o principal problema, mas a política monetária continuará “apertada”.
? Mais apertada é ficar alta e desacelerar muito gradualmente. Eu acredito que o câmbio ainda não é o problema, mas tende a começar a ser a partir de 2009 por conta o déficit em conta corrente no país.
Preços x custos
Na avaliação de Sérgio Vale, o atual cenário da produção agrícola – com preços de commodities em baixa e custos em alta ? traz problemas no curto prazo. Descartou, porém, a possibilidade de haver uma crise no setor, porque os custos de produção também podem diminuir.
? O preço do petróleo, que é importante, está desacelerando e tende a ficar em um patamar menor que o do primeiro semestre. E tudo o que é relacionado a insumo agrícola, defensivo, adubo, esse tipo de coisa, tende a ter certa desaceleração também.