CPMI do MST começa com acordo e deve ouvir Stephanes e Cassel

Comissão investiga o repasse de verbas públicas, supostamente de forma irregularA Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aprovou, por consenso, na semana passada, 66 requerimentos - entre os 167 em pauta - para os quais havia acordo entre os representantes da oposição e do governo.

Os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, foram convidados a prestar informações à comissão sobre atividades do MST. Como foram convidados, a participação dos dois é opcional. A CPMI investiga o repasse de verbas públicas, supostamente de forma irregular, para entidades e organizações não-governamentais ligadas ao MST.

Além dos dois ministros, a lista de convidados inclui o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Pereira Nunes; o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart; e o relator da Comissão Especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Fernando Matos; além de professores universitários, funcionários do Tribunal de Contas da União (TCU), três bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Na reunião, o relator da CPMI, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), e o vice-presidente da comissão, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), mostraram-se satisfeitos com o acordo que permitiu aprovar os 66 requerimentos em pauta e a análise posterior – depois do carnaval – dos 101 restantes.

Os requerimentos que dividem as opiniões dos participantes preveem a participação de outros ministros de Estado e também a quebra de sigilo bancário de diversas entidades ligadas ao MST. Onyx disse também que considera importante que haja um mínimo de consenso para que esta CPMI possa recuperar a credibilidade das CPIs em geral.