? Precisamos exportar muito mais, então, a taxa de juros hoje é um entrave para o setor.
Existe recurso, mas as instituições financeiras têm privilegiado aqueles produtores maiores, aqueles que dão mais retorno, que têm mais garantias ? avaliou o gerente de mercado Evandro Ninaut.
Com crédito mais fácil, as cooperativas argumentam que podem aumentar a participação na economia brasileira. No ano passado, elas exportaram US$ 3,5 bilhões. Ainda é pouco, considerando que o número de associados também pode aumentar.
? Se você imaginar, por exemplo, que existem hoje 800 milhões de cooperados em todos os países do mundo e se cada um tiver três agregados, são 2,4 bilhões de pessoas a mais. No Brasil, nós temos um pouco mais de seis milhões de cooperativados ? defendeu o coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues.
Apesar de o trigo irrigado render mais de seis mil quilos por hectare, o crédito tira a tranquilidade dos produtores rurais do Distrito Federal.
? O governo disponibiliza um volume significativo de recursos ao crédito rural. No entanto, as exigências dos bancos que transferem os recursos aos tomadores são bastante grandes ? disse o consultor da Coopa-DF Cláudio Maliski.
O setor também teme algo que está sendo discutido agora, mas deve chegar até as cooperativas num futuro bem próximo: a questão ambiental. As exigências para produzir, respeitando o meio ambiente, geram insegurança nos agricultores.
? A partir do dia primeiro de janeiro, os bancos vão exigir licença ambiental para transferir recursos ou financiar os produtores rurais. Para conseguir a licença, terá que fazer um contrato, contratar uma empresa credenciada. Isso dificulta, é demorado e custa caro ? explicou Maliski.