Uma redução de aproximadamente 30% nas despesas com fertilizantes fosfatados. Essa é a expectativa das lideranças da classe produtora de Mato Grosso, que consideram a descoberta do reservatório de fosfato na região oeste do Estado a melhor notícia recebida pelo setor na última década. A economia viria principalmente da diminuição dos gastos com o frete do produto, que atualmente vem de fora do Estado. A cada ano os produtores importam cerca de 610 mil toneladas de fósforo, mineral que é utilizado em larga escala na adubação do solo.
? A economia será de aproximadamente R$ 400 milhões por ano para os agricultores de MT, que pode ser proporcionada a partir da exploração das jazidas ? diz o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado.
A pecuária também deve ser diretamente beneficiada. O provável barateamento do insumo pode promover avanço dos processos de recuperação de pastagens degradadas e integração lavoura-pecuária.
? Para os pecuaristas, a economia poderia chegar a R$ 200 milhões ao ano ? acrescenta Prado.
Os depósitos de fosfato e minério de ferro estão localizados em uma propriedade particular em Mirassol D’oeste, a 310 quilômetros de Cuiabá. Segundo a secretaria estadual de minas e energia, o reservatório de ferro é estimado em 11 bilhões de toneladas, com teor de 41%. Já o de fosfato é estimado em 427 milhões de toneladas, com teor médio de 6% – o que supriria por 700 anos o consumo de fósforo em Mato Grosso.
Após o mapeamento e a confirmação do potencial dos reservatórios encontrados, o segundo passo é a busca por empresas que queiram explorar e beneficiar estes minérios. É justamente este o ponto que gera uma certa preocupação para a classe produtora, que torce para que o espaço entre o anúncio da descoberta e a real extração dos produtos não seja muito longo.
? O setor espera que realmente esta descoberta traga benefícios para o homem do campo. Hoje, o Brasil tem muitas minas de fósforo que não são exploradas, o que atrasa o desenvolvimento. Reforço a cobrança de que esta, em MT, seja explorada como deve ? declara o presidente da Associação dos Produtores de Soja do MT (Aprosoja), Glauber Silveira.