Duzentos e quarenta produtores disputaram oito etapas regionais, nas tradicionais categorias café natural e cereja descascado, com 10 sacas por competidor. Uma nova categoria estreou este ano, a dos micro lotes, que aceitou apenas três sacas de café para avaliação de produtores familiares. No ano passado, o Paraná teve a agricultora Olívia da Silva consagrada campeã nacional na final da Abic, na categoria café natural. Ela foi homenageada na edição deste ano.
O produtor Luiz Saldanha Rodrigues, de Jacarezinho, no chamado norte pioneiro, ficou em primeiro lugar na categoria cereja descascado, com mais de 92 pontos – um produto classificado como excepcional. Ele também recebeu a maior nota do concurso:
? Um café de 92,75, independente da região em que é produzido, não é por acaso. O manejo é um dos fatores, mas tudo é importante. Desde a escolha da semente, da muda, do plantio, do talhão, o preparo do solo, a condução da lavoura, manejo fitossanitário, colheita, processamento, secagem, armazenamento e, depois, a degustação para escolher quais são os lotes com esse potencial ? explica ele.
Zaldenir Gonçalves, de Londrina, recebeu mais de 88 pontos e estreou a categoria micro lote no Paraná com um café considerado excelente:
? O que eu fiz de especial foi colher ele cereja, cuidei para não sofrer na roça, não pegar chuva. É um café selecionado, a gente cuida dele numa estufa, ali ele é processado, mexido de 15 em 15 minutos ? explica Gonçalves.
Valdir Rodrigues de Souza, de Jandaia do Sul, no noroeste, fez 85 pontos. Ele demonstra o estímulo que o concurso promoveu entre os cafeicultores do Estado:
? Eu vou para brigar de igual para igual com eles. Eu quero trazer o prêmio.
A expectativa, agora é que se repitam os bons resultados em mais uma final nacional da Abic, que acontece ainda este mês. A final da oitava edição, em Londrina, teve a presença do diretor da Abic, Natan Herszkowicz. Para o empresário, o concurso é uma resposta do setor à melhoria de produção. Segundo ele, cabe à presidente eleita Dilma Rousseff garantir recursos para a atividade:
? O governo brasileiro, principalmente através do Funcafé, tem R$ 2,5 bilhões que investe na cafeicultura todo ano. Manter essas linhas de crédito chegando no tempo certo para o cafeicultor, antes da colheita, na época do custeio, na época da comercialização é fundamental. Se o governo brasileiro, através do ministério da agricultura, mantiver os planos e a execução que manteve, principalmente em 2010, já vai ser um grande benefício ? afirma.