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Dólar pode prejudicar exportação de café nos próximos meses

Diretor do Cecafé diz que desvalorização da moeda americana tira competitividade do produto brasileiroO diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Guilherme Braga, diz que a desvalorização do dólar tira competitividade do produto brasileiro no Exterior e prevê queda nas vendas nos próximos meses.

? Provavelmente deveremos observar uma redução do volume exportado mais à frente, talvez a partir de janeiro de 2011 ? diz.

Em setembro passado, o Brasil exportou pouco mais de três milhões de sacas de 60 quilos de café, um dos melhores resultados de todos os tempos para um único mês. No entanto, o desempenho teve como base um câmbio contratado anteriormente, quando o dólar era cotado por volta de R$ 1,80. Nesta quarta, dia 6, a moeda americana fechou a R$ 1,68.

Os altos preços do café também contribuíram para que o país fosse estimulado a vender mais ao exterior. No dia 8 de setembro, o primeiro vencimento do contrato futuro de café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tocou o melhor nível em 13 anos, a 198,65 cents por libra-peso, sustentado pelo clima mais seco no Brasil. De lá para cá, os futuros foram perdendo força, principalmente em virtude das chuvas nas regiões produtoras brasileiras, que diminuíram o receio com uma frustração de safra no ano que vem.

Ao mesmo tempo, a moeda norte-americana foi se depreciando ante o real. No dia 1º de outubro, o dólar encerrou a R$ 1,6790, nível mais baixo desde 3 de setembro de 2008, antes do estouro da crise mundial. Ou seja, câmbio e preços internacionais do café passaram a caminhar juntos nas últimas semanas contra os esforços do exportador brasileiro.

? Devemos tirar o pé do acelerador, deixando um vácuo que deve ser ocupado por outros países exportadores ? afirma Braga.

Ele comenta que as vendas futuras de café implicam operações de proteção em bolsa e também em moeda. Quando essa estrutura perde equilíbrio, representando aumento de preço do produto, os compradores tendem a procurar outros fornecedores. De acordo com o diretor do Cecafé, há países na Ásia, como Indonésia e Vietnã, e até na África, que têm políticas que garantem uma ‘certa estabilidade’ da moeda local em relação ao dólar, o que neutraliza a perda de competitividade.

Braga observa, ainda, que menores volumes de exportação e preços baixos do café podem ser refletir na rentabilidade do produtor.

? Colhemos uma grande safra e seria hora de o cafeicultor aproveitar os preços relativamente melhores para se capitalizar ? diz.

Um preço remunerador permitiria recuperar parte dos prejuízos em anos anteriores, além de criar condições para que o cafeicultor pudesse investir nas lavouras.

? É fundamental que o preço interno mantenha a correlação com a cotação internacional, ou seja, que o produtor continue recebendo cerca de 90% do preço FOB da saca de café ? acrescenta.

O diretor do Cecafé estima que medidas do governo, como a elevação da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para os investimentos estrangeiros em renda fixa, podem ajudar a frear a entrada de dólares, e consequentemente o enfraquecimento da moeda. Segundo ele, a redução do superávit da balança comercial brasileira também tem sido significativa, deixando de ser uma fonte de entrada de mais moeda americana.

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