? Muitos municípios, inclusive, foram criados depois do serviço oficial de assistência técnica e extensão rural e a história deles não pode hoje ser contada sem levar em conta a história da ação dos nossos agentes de extensão rural ? destacou o vice-governador Orlando Pessutt. Também participaram do café da manhã o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, os deputados federais Ricardo Barros e Rodrigo Rocha Loures, os deputados estaduais, Elton Welter, Élio Rusch e Augustinho Zucchi, e os diretores do Instituto, Arnaldo Bandeira, Ademir Rodrigues e Carlos Antônio Ferraro Biasi.
O secretário Valter Bianchini também avaliou o papel estratégico que a Emater tem para o governo do Estado na execução das políticas públicas voltadas ao atendimento da população que vive no meio rural.
? É impossível pensar o desenvolvimento de programas e projetos oficiais sem a presença do agente da Emater lá na ponta, lá no campo ? disse.
O deputado estadual Augustinho Zucchi, lembrou que, na condição de filho de agricultor familiar do Sudoeste do Estado, conhece há tempo o trabalho feito pela Emater.
? Qualquer município pode ter lá uma ação, um programa de desenvolvimento, mas nada funciona sem o braço forte do serviço de assistência e extensão rural.
O deputado Élio Rusch, que mora em Marechal Cândido Rondon, disse ser testemunha de várias ações, de várias experiências que contribuíram para a mudança da realidade da agropecuária regional.
? Quem pode esquecer aquela cena do fusca branco, com faixa azul, cruzando as estradas do interior de nosso Estado levando informação e conhecimento para os agricultores? É importante, ainda, destacar que é uma organização que não tem tom partidário. Mudam os governos mas o trabalho continua.
Durante o encontro, a gerente regional da Emater de Curitiba, Mary Stela Bishof, falou dos resultados do trabalho do serviço de extensão rural na região e os diretores do Instituto entregaram o relatório de atividades de 2008 e a revista Extensão em Foco, que apresenta alguns resultados da ação extensionista em todo o Paraná, contemplando experiências nas áreas de geração de renda, preservação dos recursos naturais e inclusão social. Em todas as regiões do Estado, durante a semana, os extensionistas vão desenvolver atividades para lembrar o 53° aniversário da Emater.
Nascido no Paraná como ETA (Escritório Técnico de Agricultura) – Projeto nº 15, o serviço de Extensão Rural inaugurou uma nova era para os agricultores. Em 1956 foi assinado um contrato entre a Fundação de Assistência ao Trabalhador Rural do Estado do Paraná, o Departamento de Fronteiras do Estado do Paraná e o Escritório Técnico de Agricultura (ETA). Este último fez parte de um intercâmbio firmado entre o Brasil e os Estados Unidos para a troca de métodos e conhecimentos técnicos em várias áreas, inclusive na agropecuária. O objetivo principal dos técnicos do Projeto ETA era aumentar a produtividade e dar melhores condições de vida para a população rural.
A iniciativa foi um marco para o Paraná. Vale lembrar que, em meados da década de 50, o agricultor familiar paranaense, na sua maior parte, desconhecia totalmente o uso de sementes geneticamente melhoradas, práticas de correção do solo, uso de fertilizantes, ou ainda as máquinas agrícolas motorizadas. Quase toda a alimentação das famílias rurais era produzida na propriedade e a medicina que chegava até o agricultor era predominantemente caseira. Não havia luz elétrica, gás, rádio ou TV. Veículos automotores eram novidade e a produtividade era extremamente baixa.
Os técnicos do Projeto ETA levaram novidades para o campo e mostraram, na prática, os resultados das novas tecnologias. Este desafio foi renovado quando, em 1959, o serviço de extensão rural foi assumido pela Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná (Acarpa). A partir de então foi intensificada a atuação dos técnicos baseada na realidade e participação social. Em 1988 a associação muda de status e passa a ser denominada Emater-Paraná. Neste período a instituição foi reconhecida pelo seu trabalho inovador em microbacias hidrográficas, avançando rumo à conservação do meio ambiente.
Posteriormente a instituição ainda foi reconhecida apenas como Emater e, em 2006, foi designada Instituto Emater, passando a ser uma autarquia do governo do Estado. Desde então o Instituto é o braço do governo paranaense que está ao lado do agricultor, implementando programas como o Trator Solidário, Irrigação Noturna ou o Leite das Crianças.