Segundo o jornal, durante este período foram queimados ou destruídos 857 mil quilômetros de árvores – o equivalente ao território da Venezuela. A maior parte do desmatamento ocorreu no Brasil, mas os outros sete países que também abrigam a floresta estão sendo responsabilizados pela Pnuma, com exceção da Venezuela e do Peru.
? A progressão das frentes pioneiras na Amazônia e as transformações que elas introduziram são tantas que o movimento de ocupação dessa última fronteira do planeta parece irreversível ? disse o órgão da ONU ao Le Monde.
Além do desmatamento, a grande corrida pela apropriação das gigantescas reservas de terra e das matérias-primas da região também têm um papel importante na deterioração da Amazônia, segundo o jornal.
? O modelo de produção dominante não leva em conta critério algum de desenvolvimento sustentável, conduz à fragmentação dos ecossistemas e à erosão da biodiversidade ? afirmou o Pnuma.
A entidade também condenou a situação das populações que habitam a floresta, que “vivem uma situação de grande pobreza”. “A riqueza retirada da exploração dos recursos naturais não é reinvestida na região”.
O Le Monde conclui o artigo citando que o Pnuma pede um maior envolvimento internacional para ajudar financeiramente os países que abrigam a floresta e cita como possível caminho o Fundo Amazônia, que prevê o investimento de fontes estrangeiras para desenvolver projetos que combatem o desmatamento.
O Pnuma prevê que o relatório final, com mais dados ainda sigilosos, seja divulgado durante o encontro anual de seu conselho administrativo, marcado para ocorrer entre 16 e 20 de fevereiro em Nairóbi, no Quênia.