No inverno, o trigo e o milho cedem uma parte da lavoura em Sabáudia para que produtores de vários municípios conheçam o que há de novo para pequenas e médias propriedades, como o projeto de diversificação de renda a partir do plantio de florestas. A indústria moveleira é forte na região e fez uma parceria com a Emater para absorver a matéria-prima.
O produtor também pode adquirir uma serra móvel e entregar a madeira em forma de tábua. A indústria paga R$ 300 o metro cúbico, 45% mais do que o valor da tora. Outra alternativa para o agricultor é um pulverizador com giro nas quatro rodas. A agilidade de movimentos visa facilitar a aplicação de produtos sem pisotear demais a lavoura. Os produtores gostaram da demonstração, mas o preço ainda mantém o equipamento distante de muitos produtores.
? O agricultor não quer amassar a planta. Esse não faz dois rastros, faz o mesmo, um atrás do outro ? disse o agricultor Edmilson Munhoz.
Uma feira para pequenos e médios, mas que pensa como grande. A Expotécnica começou há 18 anos para 200 agricultores que, na época, assistiram à demonstração de uma máquina adaptada para plantio direto em pequenas propriedades. Hoje, são mais de 3,2 mil produtores rurais que visitam a feira em busca de novidades para o segmento.
Segundo a Emater, este é o maior evento tecnológico nacional em uma propriedade particular. Produtores de Mato Grosso do Sul também visitam a feira. O dono da propriedade diz que vale a pena parar o trabalho no campo por dois dias e receber produtores interessados em tecnologia.
? Nós, hoje, conhecemos tecnologia que, às vezes, alguém perto de nós não conhece, porque aqui dentro nós temos demonstrações de tudo o que acontece de novo no ano. Tudo aparece aqui ? disse Cláudio D’Agostini, dono da propriedade.
Para quem tem café adensado, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) propõe a colheita mecanizada “barata”, com equipamentos menores, já que a mão de obra é cada vez mais escassa. Em 18 anos, a feira ajudou a mudar o perfil das propriedades da região.
? Naquela época não se produzia 40 hectares de soja por hectare, hoje se produz 60, nós ganhamos 50% de produtividade. Claro que tem uma série de questões envolvidas, como cultivares melhores. Mas, a qualidade do solo melhorou o potencial produtivo ? falou Nelson Harger, coordenador do setor de tecnologia da Emater.
O secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, visitou a feira. Sobre os R$ 360 milhões que o Estado vai precisar para ficar em condições de suspender a vacinação contra a febre aftosa, foi liberado R$ 1 milhão, mas Ortigara disse que o dinheiro vem.
? É R$ 1 milhão, mas pode ser R$ 5 milhões. Se eu precisar de R$ 5 milhões para de fato adequar as barreiras, eu tenho certeza de que o governador vai nos dar. Eu recebi R$ 1 milhão para começar a mexer nas barreiras que tem alguma adequação para fazer, um banheiro ou um cômodo a mais para manter um funcionário 24 horas por dia e dar condições de parada de um caminhão para fazer a inspeção, enfim, nós temos recursos para tocar o que precisa ser feito ? observou Norberto Ortigara.