Durante o encontro, foram discutidas alternativas para o Brasil diante da turbulência que atinge os mercados de todo o mundo. O presidente do Conselho, o ex-ministro Delfim Netto, saiu do encontro sem falar com a imprensa. As declarações ficaram a cargo do economista da RC Consultores Paulo Rebello de Castro, convidado pelo Cosec.
? Destravar as decisões do agronegócio, que está plantando, cujos agricultores estão literalmente apavorados com a queda de preços que está acontecendo e que pode continuar acontecendo. É preciso entrar possivelmente com um aceno de um preço de referência e até mesmo com um segmento de compras através de operações em que o Banco do Brasil participe ? sugeriu Castro.
Outra medida considerada fundamental pelo Conselho de Economia da Fiesp é uma liberação mais ágil do crédito para exportações.
? Os ACC’s (Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio) precisam agora de uma ajuda governamental que consta da medida provisória, mas precisa agilização. O Brasil é muito bom de botar no papel mas não é bom de tornar a medida, de efeito prático ? acrescentou Paulo Rebello de Castro.
Além disso, na avaliação do Cosec, o governo deveria ter mais atenção com a política monetária e fiscal. De acordo com Paulo Rebello de Castro, a crise aposentou a confiança nos juros altos como fator de manutenção da estabilidade do País.
? O Brasil, nos últimos anos, tem tido uma ênfase muito grande na confiança da taxa de juro alto como um elemento de segurar a estabilidade do País. Esse tipo de política acaba de ser aposentada pela crise que exige taxas de juros moderadas se nós quisermos manter o mínimo de crescimento e empregabilidade. A ênfase sai do BC e volta para o ministério da fazenda e do planejamento, orçamento e gestão. A ênfase daqui pra frente é fiscal.
Questionado sobre as expectativas para 2009, Paulo Rebello de Castro enfatizou que o próximo ano será decisivo e que a preocupação deve ser a de construir as bases para que o Brasil saia fortalecido da crise.