O Frialto entrou com pedido de recuperação judicial no final de maio. A empresa, sediada em Sinop (MT), tem seis frigoríficos com capacidade para abate diário de 4 mil cabeças. Em Mato Grosso, estão localizadas quatro unidades: Matupá, Nova Canaã, Tabaporã e Sinop. Os outros frigoríficos ficam em Iguatemi (MS), Ji-Paraná (RO) e Itaberaí (GO).
Segundo a nota, Belincanta disse na reunião que o Frialto irá cumprir todos os compromissos assumidos:
? Não terei um hectare de terra se tiver dívida para pagar. Este é um compromisso que assumo publicamente ? afirmou o diretor durante o encontro. Ele apelou aos credores para não cederem a propostas de compras de crédito que têm sido oferecidas, as quais qualificou como “imorais”.
Durante a reunião, Bellincanta relatou as tentativas da direção da empresa para não cair na necessidade de pedir plano de recuperação judicial e disse que acompanha o drama dos credores que precisam receber, embora não tenha mais gerência sobre o financeiro da empresa. O Frialto contratou a empresa Galeazzi & Associados para assessorar na elaboração do Plano de Recuperação Judicial, o qual será concluído no próximo dia 18 e, posteriormente, apresentado para aprovação dos credores em assembleia ainda sem data marcada.
Na nota da entidade, o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, ressaltou a transparência do Frialto, “que atendeu ao chamado de conversar com os representantes dos credores e lembrou que a entidade acompanhou recentemente duas situações semelhantes, com os frigoríficos Estrela e Independência”. Riedel disse que a Famasul acompanha e assessora os criadores, mas o que tem feito diferença na negociação com os frigoríficos é a organização dos produtores do Estado.
? Vamos acompanhar até que todos os credores tenham recebido os valores devidos ? disse.
O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Lemos Monteiro, afirmou que o Frialto não pode ceder à pressão de compra ou arrendamento da planta por parte de outros grupos frigoríficos, uma preocupação não só dos pecuaristas como do mercado externo.
? A postura da diretoria do Frialto inspira confiança. A negociação dever ser mantida tendo o sistema sindical como interlocutor, o que faz com que todos ganhem ? disse.
O prefeito de Iguatemi manifestou preocupação com os 750 funcionários do frigorífico que ficaram desempregados no município, situado em uma região de fronteira, com cerca de 15 mil habitantes.
? É uma empresa séria, familiar, que agregou muito para a cidade. Estamos um pouco mais tranquilos, mas preocupados com o impacto social da suspensão das atividades da indústria ? afirmou Margatto.
Na reunião, o diretor do frigorífico informou que a planta de Sinop (MT) deve voltar a operar no próximo dia 6 e que a indústria de Iguatemi será a terceira a retomar os abates, mas adiantou que não há como precisar quando isso poderá ocorrer. O Frialto já voltou a abater em Matupá, a 704 km ao Norte de Cuiabá.