O fundo será financiado pelos países desenvolvidos, levando em conta o princípio do protocolo de Kyoto de responsabilidades diferenciadas para nações ricas e pobres. Então, ficou acertado que os países desenvolvidos vão dar dinheiro ao fundo de adaptação, e os em desenvolvimento ficam com o compromisso de investir diretamente em ações de combate às alterações do clima no próprio território.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, foi enfático ao defender que é preciso levar em consideração o histórico de emissão de cada país.
? As geleiras estão derretendo pelas emissões dos últimos 60 anos, e não pelas do ano passado ? salientou Minc.
Os países também tiveram consenso sobre a proposta de que cada nação deve apresentar suas ações de mitigação das mudanças climáticas. A idéia é a transparência das ações mundiais para combater a alteração do clima.
? O que interessa é o que os países estão fazendo para reduzir as emissões, porque é isso que vai salvar o planeta ? destacou o ministro.
Segundo o ministro Carlos Minc, os participantes consideraram as ações brasileiras como a grande novidade do encontro.
? Eles reconheceram nossas metas como um forte exemplo de enfrentamento à questão do clima. Isso coloca o Brasil como protagonista nas discussões sobre o clima ? completou Minc.
Dentre as ações do governo brasileiro contra o aquecimento global, Minc destacou o Fundo Clima, primeiro no mundo a utilizar recurso do petróleo – responsável por grande parte da emissão mundial – para mitigação e adaptação da mudança do clima. O fundo foi aprovado pela Câmara dos Deputados e vai para análise do Senado Federal. Minc ainda destacou que o desmatamento da Amazônia deverá ser o menor dos últimos 20 anos.
O ministro Carlos Minc reconheceu, também, os esforços dos países para o novo acordo sobre o clima. No entanto, ele cobra que as nações apresentem os seus compromissos.
? Nós, que somos países em desenvolvimento, estamos colocando nossas metas na mesa, por que os maiores emissores não colocam ? questionou Minc.
A comunidade internacional realiza, na próxima semana, em Barcelona, a última reunião preparatória para a COP 15, em Copenhague, que será o palco final para fechar um novo acordo global pelo clima, que vai substituir o protocolo de Kyoto, que encerra em 2012.