Em dois anos, o projeto pretende diversificar as lavouras cultivadas e criar um banco de sementes crioulas, que serão produzidas e gerenciadas pelos moradores. O objetivo é disponibilizar uma alimentação mais nutritiva às novecentas famílias beneficiadas.
Segundo o pesquisador da Embrapa Hortaliças Edson Guiducci Filho, a idéia é tentar multiplicar sementes de materiais que eles têm em pouca quantidade e verificar no acervo no banco de germoplasma da própria Embrapa alguns materiais que, de alguma forma, foram coletados no passado nessas regiões e que essas comunidades, por algum motivo perderam ao longo do tempo.
Um dos desafios do programa será enfrentar o problema da fome na região. Nas cinco comunidades quilombolas beneficiadas, mais da metade dos moradores sofre de insegurança alimentar. Entre as crianças de até cinco anos de idade, o risco de desnutrição é 76% maior que no restante da população brasileira.
Antônio Mendes, representante das famílias quilombolas, explica que, atualmente, a alimentação das comunidades é muito pobre.
? Por estar em uma região semi-árida, a produção se resume a três meses do ano. Então, nesse período ocorre a produção do feijão e do milho, daí a gente tem que comprar nas cidades e nem sempre as pessoas das comunidades têm acesso a recursos financeiros para comprar ? disse Mendes.
Segundo o ministro da Igualdade Racial, o projeto deve minimizar a pobreza da região.
? Garantir a produção de alimentos que reverta esse quadro é o primeiro objetivo. Agora, em segundo lugar, está a possibilidade até de comercialização daquilo que for excedente da produção ? concluiu Santos.