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C&A incentiva plantio orgânico de algodão no Brasil

Empresa é a maior consumidora do produto no mundo e já vende desde 2012 roupas produzidas com algodão orgânico no Brasil

A C&A, multinacional do setor têxtil, quer fomentar o cultivo de algodão orgânico no Brasil para que, até 2020, 100% das roupas vendidas em sua rede varejista sejam fabricadas com a fibra sustentável ou orgânica. Para isso, a empresa pretende firmar parcerias com instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para estimular o cultivo no País

No mundo, a C&A já é a maior consumidora de algodão orgânico, conforme relatório de 2015 da Textile Exchange, organização mundial sem fins lucrativos, e já vende desde 2012 no Brasil roupas produzidas com algodão orgânico ou sustentável.

Conforme relata o presidente da C&A Brasil, Paulo Correa, dois terços do algodão produzido no Brasil já detém o selo internacional Better Cotton Iniciative (BCI), que certifica a fibra produzida em respeito ao meio ambiente, à legislação trabalhista e com economia de recursos naturais, entre outras iniciativas. 

“É um selo que garante a sustentabilidade em todo o processo, até o consumidor”, define Correa, lembrando que, como parte da cadeia produtiva ainda não é sustentável, apenas 15% de todo o algodão consumido pela C&A no Brasil pode ser classificado como BCI. “Utilizamos cerca de mil toneladas de algodão BCI em pluma por ano no Brasil”, disse. 

Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir na atual safra 2015/16 um total de 1,5 milhão de toneladas de algodão em pluma. Ou seja, ao menos 1 milhão de toneladas deste cultivo já detém o selo. “A cadeia, como um todo, é que ainda não tem”, reforça Correa.

O cultivo de algodão orgânico no Brasil é, de fato, incipiente. Dados levantados pela BCI estimavam que, em 2010, existiam no Brasil 6.278 cotonicultores, sendo que, destes, 5.825 eram agricultores familiares e 453 produtores empresariais. No semiárido nordestino, atualmente existem cerca de 1.300 agricultores familiares, distribuídos em cinco Estados, dedicados à produção de algodão agroecológico e/ou orgânico e que realizam beneficiamento por meio de pequenas unidades pertencentes a associações de agricultores, conforme a C&A. Além disso, dados da própria rede no Brasil indicam que, em 2015, o total da produção da fibra orgânica no País se aproximou de 100 hectares, com uma produção de 30 toneladas de pluma, das quais 80% eram de algodão colorido e 20% de algodão branco.

“Assim, por enquanto, não podemos depender 100% do algodão orgânico brasileiro”, comenta Correa, acrescentando que toda a produção nacional da fibra agroecológica seria suficiente para menos de um dia de consumo de roupas nas lojas C&A. “Das 30 toneladas em pluma/ano produzidas no Brasil, sendo que só 20% são de algodão branco, seria possível fazer 30 mil peças. É menos do que a venda diária da companhia”, garante. 

Enquanto a cadeia produtiva de algodão 100% orgânico não se consolida no País, a C&A tem lançado mão da fibra produzida em outros países, principalmente Índia. “Atualmente, mais de 40% do nosso algodão vem de fontes globais mais sustentáveis, tais como o algodão orgânico e BCI. Globalmente, a C&A trabalha com algodão orgânico, algodão BCI e REEL (Responsible Environment Enhanced Livelihoods)”, diz Correa. 

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