O Supremo começou a analisar ação que questiona a demarcação na quarta, dia 27, mas o julgamento foi suspenso depois que o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pediu vista do processo. O único a votar foi o relator, ministro Carlos Ayres Britto, que se manifestou a favor da manutenção da demarcação contínua.
Em Surumu, distrito onde há maior tensão entre índios e produtores de arroz, o grupo ligado aos agricultores chegou a comemorar com fogos de artifício a interrupção do julgamento.
? O nosso pessoal ficou meio entristecido com a reação deles, mas depois ficou esclarecido que o único voto foi a nosso favor, pela demarcação contínua está um a zero – afirmou o coordenador regional do Conselho indígena de Roraima (CIR), Walter de Oliveira.
Na avaliação dele, o voto favorável do ministro Carlos Ayres Britto sinaliza que o STF pode manter a homologação feita em 2005.
? Vamos aguardar tranqüilos, porque até o momento não teve nenhum resultado ruim para nós.
Já para o tuxaua (cacique) José Brazão, que apóia a permanência dos produtores de arroz, o pedido de vista vai ser a oportunidade para convencer os ministros que ainda não votaram “da verdade” sobre a Raposa Serra do Sol.
? Tem uma parte do relatório [do ministro Carlos Ayres Britto] que não é verdadeira. Ele não buscou conhecer a fundo a realidade a história da Raposa. Quero sugerir aos ministros do STF que não trabalhem mais com inverdades.
O tuxaua sugeriu, inclusive, que, em caso de manutenção da demarcação contínua, o Distrito de Surumu seja excluído da área da reserva.
? Nós somos brasileiros, não queremos ficar aqui sob o controle de ONGs internacionais.