A receita do novo pão substitui 10% da farinha de trigo por fécula de mandioca e foi elaborada em parceria, pela Abip e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo Pereira, o produto necessita ser pelo menos 10% mais barato do que o pão convencional para ser aceito pelo consumidor.
Caso o governo federal conceda a desoneração esperada para o produto base, a farinha misturada, o pão brasileiro poderá substituir até 20% do consumo atualmente destinado ao pão francês, de acordo com o presidente da Abip.
A obrigação de adicionar fécula de mandioca na produção do pão francês foi aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado. No entanto, o projeto acabou vetado pelo presidente da República no final do ano passado.
Segundo o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Mandioca, João Eduardo Pasquini, a proposta aprovada pelo Congresso enfrentou muitas resistências da indústria da panificação e dos moinhos por ser impositiva.
. Ele acredita que se o projeto atual da Abip “vingar”, vai abrir o mercado para a indústria da mandioca e proporcionar a geração de empregos. Atualmente, cerca de 50% da capacidade do setor está ociosa, de acordo com Pasquini.
Em relação ao sabor e à textura, o pão brasileiro deverá ser muito semelhante ao francês. O formato será mais arredondado, em contraste com a bisnaga do produto tradicional.
De acordo com a nutricionista da Universidade de São Paulo(USP), Katia Gavranich, o valor nutritivo do novo pão também é quase idêntico ao atual.