De acordo com a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o crescimento de 26,5% foi registrado na comparação com uma base fraca, o segundo trimestre de 2009, que havia tido apresentado uma queda recorde de 16%.
Mesmo assim, Rebeca diz que, com esse crescimento, os investimentos já são superiores aos registrados no período anterior à crise econômica mundial, cujo ápice se deu no último trimestre de 2008.
? Esse crescimento foi impulsionado exatamente pela produção interna de máquinas e equipamentos, além da importação de bens de capital que tem crescido muito, ajudada pela valorização do câmbio. E também o próprio crescimento da construção civil, que foi recorde na série, de 16,4% ? afirma.
No setor externo, na comparação trimestral, foi registrado um aumento de importações (38,8%) cinco vezes maior do que o crescimento nas exportações (7,3%). Um dos principais motivos para esse desequilíbrio foi a valorização do real ante o dólar nesse período. De acordo com o IBGE, a taxa de câmbio no segundo trimestre de 2009 era de R$ 2,07 por dólar. No segundo trimestre deste ano, a taxa passou para R$ 1,79.
O consumo das famílias registrou o 27º aumento consecutivo, na comparação trimestral, com alta de 6,7% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2009.
? A gente continua tendo crescimento do consumo das famílias impulsionado pelo crescimento da massa salarial real, que cresceu 7,3% neste trimestre contra o mesmo período do ano passado ? diz Rebeca Palis.
Apesar do aumento contínuo, houve uma diminuição do ritmo desse crescimento na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano, com um crescimento de apenas 0,8% de um trimestre para o outro. Para ela, o motivo dessa redução é o fim dos incentivos fiscais para a compra de automóveis e para eletrodomésticos da linha branca.
Já o consumo dos governos registrou um aumento de 5,1% no segundo trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2009. Para o IBGE, esse crescimento pode ser explicado, em parte, pelas eleições, que fazem os governos estaduais e federal terem mais gastos, por exemplo, com publicidade.