Mantega nega processo de estatização da economia

Ministro disse que o país conseguirá manter crescimento neste e nos próximos anosO ministro da Fazenda, Guido Mantega, que falou nesta segunda, dia 26, para uma plateia de cerca de 300 investidores em Nova York, disse que o Brasil conseguiu sair fortalecido da crise e que teve ajuda do desempenho das empresas estatais, mas isso não significa que haja um processo de estatização da economia.

? Nem mesmo na crise o Brasil perdeu dinheiro com as estatais. Aliás, o setor público nos ajudou a sair da crise. Realmente, o papel do Estado durante a crise foi mais forte, mas não deem ouvidos aos que falam de estatização da economia. Isso é argumento de ano eleitoral ? disse o ministro durante o “2010 Brazil Summit”, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Mantega disse que o país conseguirá manter crescimento neste e nos próximos anos e afirmou que a projeção de crescimento do PIB do governo de ao redor de 5,5% é até modesta perto de projeções de algumas instituições financeiras, que chegam mais perto de 7%.

Inflação
Mantega afirmou que a inflação tem aumentado nos últimos meses e que “fatalmente” será maior este ano em comparação ao ano passado. Segundo ele, essa inflação é causada por fatores temporários, por choques de oferta como o da alta do petróleo e outras matérias-primas, e que os preços tendem a se acomodar mais nos próximos meses.

De acordo com o ministro, a inflação no Brasil deve ficar ao redor de 5,3% este ano, 4,8% em 2011 e 4,5% nos três anos seguintes.

? A tendência é que a inflação volte a um patamar razoável nos próximos 12 meses ? disse.

Segundo ele, o Brasil pode crescer 5,5% sem pressionar a inflação.

? De qualquer maneira, o Brasil não vai permitir que a inflação volte e estaremos tomando medidas necessárias para que ela continue sob controle ? acrescentou Mantega, que também disse que a parte do governo está sendo feita.

? Estamos reduzindo todos os estímulos fiscais implementados durante a crise ? afirmou.

O ministro disse ainda que, ao contrário de outros países, nos quais o déficit nominal tem crescido, no Brasil a tendência é de que continue diminuindo e “tende a zero”. Ele disse que o governo vai continuar mantendo sua política fiscal sólida.