Desde o início de outubro, a arroba do boi mantêm uma valorização de 1,1% em São Paulo. Mas o principal aumento está nas gôndolas dos supermercados. Na última pesquisa semanal do Índice de Preços ao Consumidor, a carne teve uma alta de 1,47%.
Produtores afirmam que o problema é a redução da oferta de bois no mercado interno. A região Centro-Oeste ainda está em período de seca. A falta de chuva dificulta o crescimento do capim, principal alimento do gado. Para piorar, o rebanho brasileiro ainda está com bezerros muito jovens, resultado de um grande abate ocorrido em 2006 devido à queda de preços que ocorreu na época. Mas, segundo a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a situação pode se normalizar até o final do ano.
? Até o dia 15 de dezembro, que é quando no Centro-Oeste se firmam as chuvas, aí sim vai ter boi acabado para os frigoríficos ? diz o presidente do Fórum de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.
Especialistas acreditam que a valorização do produto no mercado internacional também influenciou esse cenário. O valor médio da tonelada da carne no Exterior passou de US$ 2,6 mil em 2007 para US$ 3,8 mil este ano, um aumento de 44%. E agora há um estímulo a mais: o dólar voltou a subir e passou da barreira dos R$ 2, vantagens que devem seguir guiando os frigoríficos na hora da venda.
? A exportação está aumentando e a oferta interna de determinados cortes, diminuindo, o que facilita a manutenção do preço atual ? explica Antenor Nogueira.