O encontro que tinha o objetivo inicial de ser um tribunal popular para julgar o Estado brasileiro, se transformou em uma “aula pública”, com denúncias e pedidos de reforma agrária.
Para Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, a questão da reforma agrária atualmente não envolve somente uma luta pela distribuição de terra, mas, também, uma discussão sobre o “papel que queremos para o solo, para os recursos naturais e para os alimentos”.
Mauro afirmou que o MST deve fazer o possível para que essas questões estejam presentes nas pautas dos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano.
? Faremos todo o possível para que [a reforma agrária] seja pautada, não só a reforma agrária numa lógica distributiva ou produtivista, mas uma reforma agrária que leve em consideração o que seria produzir alimentos saudáveis, o que seria fortalecer a agricultura familiar e o que seria a preservação ambiental neste país ? avaliou.
A manifestação realizada em São Paulo, é parte das ações que marcam o chamado Abril Vermelho. Durante este mês, em São Paulo, segundo Gilmar Mauro, o MST fez dez ocupações de propriedades rurais (duas delas já desocupadas) e de prédios de órgãos públicos como a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Banco do Brasil, na capital paulista. A sede do Incra foi desocupada nesta quarta.