Preço mínimo do leite pode aumentar para compensar queda na renda do produtor

Conab aponta que valores pagos nas principais regiões produtoras está muito abaixo do gasto dos pecuaristasO governo federal pode aumentar preço mínimo do leite. O reajuste só deve ser feito em julho, mas o primeiro estudo da Conab sobre os custos de produção do setor aponta que os valores atuais estão muito abaixo do que os pecuaristas gastam.

O preço mínimo do leite está fixado entre R$ 0,41 e R$ 0,47 por litro, de acordo com o Estado. Mas o estudo da Companhia Nacional de Abastecimento mostra que os custos totais de produção nas três principais regiões produtoras estão muito acima do valor mínimo pago aos pecuaristas.

Em São Paulo, onde o gasto é maior, os custos totais para a produção do litro por dia chegam a R$ 1,06. No Rio Grande do Sul, o valor médio é R$ 0,82. Em Minas Gerais, varia de R$ 0,75 a R$ 0,84. O custo variável, que geralmente serve como base para fixar o preço mínimo e mede despesas com alimentação animal, por exemplo, oscila nas três regiões de 53 a 60 centavos. O operacional varia de 64 a 83 centavos, também conforme a região.

Para a analista de mercado da Conab, Maria Helena Fagundes, o ideal seria que o governo fixasse um preço mínimo próximo dos custos totais de produção. De acordo com ela, a perspectiva de aumento do preço do milho devido à quebra de safra preocupa o setor, que teve também uma queda na renda devido a crise.

A pesquisa deve ser estendida a Rondônia e Goiás, Estados que são referência nas regiões Norte e Centro-Oeste. O Nordeste também deve entrar no estudo.

Em 2008, a produção interna de leite chegou a 28 bilhões de litros. Para 2009, a expectativa da Conab é que chegue a 31 bilhões. As exportações somaram um bilhão de litros no ano passado e há estimativa de se chegar a 1,2 bilhão neste ano.