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Presidente da Costa do Marfim exige retomada das exportações de cacau

País é o maior produtor mundial da commodityO governo do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, ordenou a retomada das exportações de cacau do país, maior produtor mundial da commodity. Os embarques foram suspensos por ordem do rival político de Gbagbo, Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como vencedor de eleições presidenciais realizadas em novembro do ano passado. A proibição dos embarques foi uma forma de Ouattara pressionar Gbagbo a deixar a presidência, o que ele se recusa a fazer.

Segundo o ministro de agricultura de Gbagbo, Issa Malick, as multinacionais precisam retomar as exportações de cacau até 31 de março. Ele alertou que haverá penalidades financeiras caso elas não cumpram a exigência. A Costa do Marfim produz quase um terço da oferta global de cacau, de acordo com a Organização Internacional de Cacau (OICC).

O diretor da câmara de gerenciamento de café e cacau do país, Gilbert Ano N’Guessan, alertou nesta quarta, dia 9, que os exportadores da Costa do Marfim poderão ter seus estoques desapropriados. De acordo com Ano, as companhias têm em torno de 440 mil toneladas de cacau nos estoques dos portos de Abidjã e San Pedro, que seriam perdidas se as taxas de exportação não forem pagas e as amêndoas embarcadas. Ano é um aliado de Gbagbo.

Exportadores disseram que não é possível embarcar amêndoa para os principais clientes na Europa, por causa de sanções da União Europeia contra os dois portos – aplicadas também para pressionar Gbagbo a deixar o poder. Ouattara pediu o boicote das exportações em janeiro, o que vem sendo amplamente cumprido, bloqueando uma das principais fontes de receita do governo.

Nesta segunda, dia 7, o governo de Gbagbo informou que assumiria o controle das compras de amêndoa de cacau na Costa do Marfim.

“As compras de café e cacau dos produtores e de grupos de produtores serão feitas exclusivamente pelo Estado ao longo do país. As vendas serão feitas a preços determinados pelo Estado e no início de cada período de venda” diz comunicado lido na TV estatal.

Segundo o comunicado, “as exportações de produtos do setor de café e cacau serão feitas pelo Estado e por aqueles que tiverem um mandato ou uma licença para exportação”. As informações são da Dow Jones.

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