Ao longo de todo 2008, as exportações chegaram a 6,4 milhões de toneladas, bem menos do que as 10 milhões exportadas em 2007. A queda também aparece na receita, que teve uma redução de 38%, caindo de US$ 1,91 bilhão, para US$ 1,18 bilhão.
O preço pago pela tonelada do milho no mercado interno permaneceu muitas vezes maior do que o oferecido para exportação. Por isso, foi mais vantajoso vender dentro do Brasil, até porque o consumo interno aumentou, passando de 40 milhões de toneladas para 44 milhões de toneladas por ano.
Mas a safra do último ano chegou a 58 milhões de toneladas, e acabaram sobrando 8 milhões em estoques para 2009. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) diz que em 2007 as vendas foram maiores porque houve estiagem na Europa, o que aumentou a procura pelo grão brasileiro.
Para 2009, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma safra de 53 milhões de toneladas, mas os produtores não acreditam que deva passar de 50 milhões.
? A área de plantio já foi inferior praticamente em todo o país na primeira safra. Com o problema de preço, houve um desestímulo para a preparação do plantio da safrinha, que vai ocorrer agora no mês de fevereiro. Nós tivemos também algumas dificuldades climáticas, principalmente nos Estados do Sul, que são altamente produtores, e isso vai diminuir a produção ? prevê o presidente da Abramilho, Odacir Klein.
Além da redução, deve haver também uma queda nos preços e uma procura menor por parte dos compradores internacionais, reflexos da crise financeira global, diz o economista Sérgio Avelar, que dá um conselho ao produtor:
? O produtor, à medida que colha, e tenha capacidade para isso, não deve vender no pico da safra, porque vai conseguir preços muito baixos. Os especuladores devem pressionar as cotações para baixo. O ideal é que o produtor estoque, e aguarde o melhor momento para conseguir um preço melhor. E deve estar preparado para um ano muito difícil, pois é esperado que o setor possa ter lucratividade negativa.