O produtor rural Paulo Adolfo Prochnow perdeu 80% do arroz plantado em agudo, na região central do Rio Grande do Sul. Foi durante as chuvas de janeiro que derrubaram pontes e destruíram as lavouras.
? Eu também fiz o replantio por duas vezes e na terceira perdi de novo. Então, por ser do ramo e sempre apostando que isso vai dar certo mesmo sendo fora de época. A gente acreditou que isto seria viável, mas os plantios também não produziram, porque nós tivemos uma chegada de frio em março já e a lavoura acabou sendo praticamente improdutiva ? diz Prochnow.
Agora, são os países asiáticos que sofrem com o mesmo problema. As inundações causaram uma quebra de 27% na safra do Paquistão, o terceiro maior exportador de arroz do mundo.
A perda estimada pelo governo ultrapassa 1,5 milhão de toneladas. O prejuízo calculado para esta safra por causa das chuvas é de quase US$ 3 bilhões. A oferta reduzida de arroz no mercado externo pode aumentar as exportações brasileiras.
? Tudo leva a crer que nós teremos preços melhores e poderemos iniciar alguma coisa que favoreceria o produtor brasileiro com relação aos seus negócios. Eu me recordo que, muitos anos atrás, o Brasil não exportava milho, e em uma iniciativa muito pontual da Coama, lá no Paraná, fizemos uma primeira exportação de milho, o que mudou muito o cenário tecnológico deste cereal que também era um cereal só de mercado interno lá pelos anos 70 e 80 ? diz o consultor José Luiz Tejon, que participou nesta segunda, dia 30, do Fórum Canal Rural, durante a Expointer, em Esteio (RS) .
De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), as exportações, que em 2009 chegaram a 900 mil toneladas, não devem passar de 500 mil este ano por causa do câmbio e dos preços desfavoráveis.
? O mercado internacional começa a reagir. Nós temos preços já mais favoráveis para exportação e já temos mais clientes buscando produto no RS e no país. Então, essa crise que está ocorrendo na Ásia deve nos favorecer ? explica o presidente do Irga, Maurício Fischer.